02 fevereiro 2017

O ponto de mira, o tiro que importa

Neste Porto-Sporting não quero ser exigente. Não me incomoda, apesar de azia e constrangimento, jogar como com o Benfica é empatar. Jogar assim dar moral. Ou devia dar. Não voltou, porém, o FC Porto a jogar tão bem. Nem perto.
Agora, com o mercado de reparação fechado mas não sem reparos às acções portistas, agora só importa ganhar. E esse é o problema para uma equipa ainda jovem mas que não cresce. O FC Porto não melhorou desde o último clássico.
E está a 1 ponto da liderança, quando já esteve para igualar o Benfica mas foi traído por uma sucessão de infelicidades e de imbecilidades.
Agora é para ganhar, não importa como, nem sequer com alguma benesse de arbitragem, o que não acontece há anos e não é por acaso.
Vencer arruma o Sporting é pressiona o Benfica que nunca jogou melhor do que o FC Porto, de quem levou banho de bola. Mas os seus homens da frente definem melhor as finalizações. E estes deslizes não retiram esses predicados, intactos.
O Benfica, ao contrário do Sporting, é mais do que a soma dos seus titulares e qualidades, que Rui Vitória potenciou. Ao invés, o FC Porto não é mais do que a soma das partes e NEScio tem culpa disso. Já o descrevi abundantemente.
Neste ponto, depois de termos estado tão perto de agarrar o Benfica pelos colarinhos, temo que 1 ponto de diferença seja muito.
Para mais, o depender de si para ser campeão, longe de ser bazófia, tem resultado mal quando o treinador fala, nada motivador. Felizmente, o decrépito presidente não diz nada. Quando o fez, enfim, nunca trouxe resultados. Com o NEScio também não. Porque saber que dependemos de nós todos sabemos, nem é preciso lembrar. Amiúde trouxe nervosismo e o balde de água gelada de Novembro fez pouco para recuperar o orgulho com banho de motivação.
Temos, enfim, um potencial titular em Soares. Se o NEScio perceber o que tem de mexer, sem receio de perder equilíbrio defensivo que tanto o preocupa.
Pelo que já vimos, as preocupações são muitas e basicamente as mesmas. O treinador já espalhou por todos a desconfiança na sua capacidade de gestão, motivação, superação e moralização. Não é pouco. Nem melhora muito.
O estar perto não aproxima o objectivo, mas para isso nem é preciso jogar bem, e nem tem sido...
Sou dos que não acreditam em título a jogar mal. E desta vez não me importava de ganhar com alguma ajuda, seguramente involuntária, de arbitragem, numa altura de contabilidade de erros.
O FC Porto perdeu a última vez na Liga com o campo inclinado em Alvalade mas o Sporting não contabiliza isso a favor... Então, seja como for. Ganhar e ganhar é ganhar.
Agora não se pode pedir mais. Até porque a equipa não dá mais nem creio que passará disto.
Está aí o Kelvin a evocar a ultrapassagem ao Benfica. Mas era uma equipa melhor, a do FC Porto, que não perdia com ninguém cá e dominava todos os jogos. Então, o Benfica ficou no ponto de mira do Dragão. Levou tiro decisivo.
Desta vez pode haver um tiro no pé, com tanta coisa diferente e muita desconfiança evidente. Até por não haver a categoria e capacidade de desequilíbrio de 2013. Kelvin está aí, mas mais no símbolo do Museu.
Cabe à equipa demonstrar a força que não teve em 2015 quando não aproveitava deslizes do Benfica. E numa equipa sem ADN de campeão, nenhum dos que sobram sabem o peso e valia disso.
Este é o problema. Cabe à equipa ver-se ao espelho. As demonstrações de jogo não têm servido para entender o que é essencial melhorar para ser credível. Porque não é só questão de fé.

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