20 agosto 2016

Problemas e soluções

É o que todas as equipas, e trabalhos, se confrontam e o suado 1-0 com o Estoril mostrou o que há e o que falta. Mas é um panorama animador, não o desnorte completo e braços caídos das últimas épocas. Creio que o jogo pachorrento e a falta de crença da época passada não daria para ganhar este jogo, como não deu em vários jogos.
André Silva resolveu, procurou o espaço e antecipou-se a um soberbo Dunkler, desviando de Moreira, outro esterilização numa noite quase perfeita. O puto portista fez lembrar o matador Gomes que há 40 anos também marcou em 5 jogos seguidos. Acho que André é mais jogador do que foi Gomes, mas precisa crescer e marcar mais, certo é que melhora a cada jogo.
É para estas partidas fechadas, em que centrais curtinhos, gr sem falhas e erros de pontaria dos avançados, que faz sentido Depoitre. Mas cedo ficou lesionado quase sem jogar. Não é o mesmo ter 2 pdl na área ou 1+1 como Adrian Lopez que é de apoio lateral.
Entretanto, NES mudou o meio-campo, sem Danilo e o André André que tem sido só um André e não a valer por dois. Com Varela à direita e Corona à esquerda, Otávio fez o meio, atrás de André Silva. Ainda o 4x2x3x1 mas mais móvel e inventivo. Boa 1a parte, mas percebendo-se que a falta de golo iria enervar e condicionar.
Enervou e condicionou, não só os que estavam como os que entraram. Moreira defendeu 7 bolas de golo mas também a imperiais no remate adiou a estocada final, ainda porque Sérgio Oliveira e André André que renderam Herrera e Otávio não trouxeram calma e precisão no passe. Também Rúben Neves se precipitava mas não deixava de tentar. A verdade é que a juventude da equipa, acabando com 4 jogadores da formação, prejudicou. Falta gente de calibre físico mas mais maturidade para o passe letal. Acabou por sair da fórmula da época passada, de Layun para André Silva! E numa equipa cujo 11 de início tinha só Otávio como... reforço!
Mas foi e é tido diferente. Velocidade e verticalidade desde o início. Podia estar 3 ou 4 a 0 no 1o tempo, mas a precipitação e a ansiedade tomaram conta na distribuição de jogo e em especial na finalização.
Ao fim e ao cabo, sem mais kg e cm na área, com nervoso nos miúdos e impericia no remate, valeu a única bola que, escapando a Moreira, podia entrar e contar.
Mas também há muita raça, crença a sério, disputa rija da bola e pressa na recuperação. Na época passada perdiam-se pontos à falta disto tudo. Um jogo determinado, mais à feição do FC Porto, sem desfalecer.
As continuas alterações meio-campo denunciam ainda a maleita que tenho abordado e confirmam as dificuldades de NES em fazer uma equipa mais forte. Ninguém está a convencer, à parte Otávio que é único reforço no sector que justifica a titularidade. E tanto pode faltar um Rafa que rompa em velocidade estonteante, ou um Oliver com mais perícia no passe para um 10 de origem. Não vou fazer drama com a ida de Rafa para a Luz, embora possa questionar-se dispêndio de milhões jogadores que nem calçam...
O espírito da equipa é mais arejado, o colectivo reage como tal e isso significa que o plano do treinador é entendido, respeitado e cumprido. Com outras soluções técnicas e de mentalidade mais madura este tipo de jogos poderão ser resolvidos com outra tranquilidade.
E superando os nervos e não se abstendo-se com a descrença, a equipa passou mais um teste de crescimento e autoridade.
Por isso gostei, mais do que todos os jogos da época passada. Pena que, adiando o golo sem deixar de o procurar, a generalidade dos jogadores não tenha frieza e lucidez para resolver melhor e tornar a pressão ofensiva asfixiante.
Este 1-0 tem mais valor do que alguns 2-0 e 3-1 da época finda. Mesmo aquele 3-1 à Académica que deixou o FC Porto episodicamente no 1o lugar e o Dragão assobiando Lopetegui por não ter lançado André Silva com à partes patéticos de Pinto da Costa.
O momento é a confiança são outros. O FC Porto também está muito diferente, para melhor. E ir a Alvalade a seguir, como no início do ano para logo perder o 1o lugar, inspira outra confiança que claramente faltava.
Boa vitória, percebe-se o que falta e o que se pode arranjar até ao fim do mês.
A eliminatória, particular, com a Roma é um assunto à parte. Um matá-la para o qual o FC Porto não parece preparado. E também percebe a razão, além de o adversário ser muito forte e credenciado.
Porém, não pode alterar os dados de mais uma reconstrução em Nova época. Porque o mal foi feito. Remedeie-se.

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