15 abril 2016

A votos no Politburo do Dragão (-2)

Perguntei estes dias a vários amigos se enunciavam aquelas quatro virtudes um dia proclamadas, sem mais, como qualidades portistas, seja para justificar a afeição dos adeptos ou, acima de tudo, o profissionalismo dos que servem, trabalham no FC Porto.
O que foi lançado como Valores para justificar Ser Porto caíram em saco roto. Como o futebol que bateu no fundo mas continuam a cavar.
Ajudei como pude, e lembrei, juntando ao pedido a memória das qualidades Rigor e Paixão. Sei que foram cantadas quatro virtudes, mas perdi o rasto das outras. Nenhum foi capaz de completar o quatuor. Um ainda acrescentou Tradição e esse é membro de uma claque organizada. Não, ele nem fazia ideia do que eu falava. Outros amigos portistas afinavam pelo mesmo desconhecimento. Quê? Oh, pá, pergunta aí mesmo na redacção!...  Ui, ninguém sabe, ninguém lembra, ninguém conhece.
O FC Porto tem Valores que foram enunciados pelo presidente há pouco tempo. Mas, com tudo tão choco, sem rigor para aplicar e paixão partilhada para difundir, não passou. Não passou essa mensagem como não passa qualquer comunicação. A irrelevancia instalou-se, a par do comodismo dos dirigentes e uma estranha obsolescência estrutural na era da Informação, quando o FC Porto integrou vários profissionais da área e os meios de divulgação são o que se sabe e chegam a todo o mundo.
A comunicação é uma pecha há muito criticada aqui e uma preocupação partilhada por todos os portistas: nenhum elogia esse campo, tão importante como descurado pelo FC Porto, apesar dos recursos despendidos e as estruturas montadas mas cuja eficácia e mesmo oportunidade e razão de ser eu antevi como irrelevantes, lá está!...
Ora, sabemos que o Politburo do Dragão são dois ou três elementos que tudo concentram e nada difundem. E isso mata qualquer organização, sem circulação de informação interna e exteriorização do Sentir Porto como deve ser. O Torto Canal nasceu com os erros de casting e missão que são reflexo do comodismo instalado, o amiguismo deslocado e o nepotismo norte-coreano que se sabem. Já também o apelidam de Patético Canal. E o resto segue, como o falhado Dragões Diário que nunca subscrevi e também antevi mal posicionado na grelha mediática portista.
Não se admirem, então, que portistas arreigados e mesmo jornalistas encartados desconheçam o que acrescentar a Rigor e Paixão.
Aos Valores mal difundidos, e não retidos, por isso não partilhados, o FC Porto teria de assumir uma Missão e Estratégia ou Objectivo. Pareceu-me, à data dessa proclamação falhada e surda, que um espírito empresarial emergia no Dragão. Mais um falhanço clamoroso - e em grande parte a razão do fracasso actual.
Desconhece -se quem tem cursos ou apetências de Gestão no FC Porto. E o FC Porto falha aí. E é por aí que tenho entrado nestes dias e vou manter a atenção. A prática empresarial, nas queixas de muitos portistas ainda sócios, levou a perceber que os sócios se sentiram desconsiderados, isolados, tidos como clientes. Insatisfeitos com os resultados. Descontentes como clientes.
O provedor do sócio, agora proposto, é o reconhecer do erro. Mas desconhece-se se emendara alguma coisa. A Liga tem um Provedor do Adepto, mas não se sabe se atende ou serve algum ou alguma coisa. Nem ajuda a mudar algo. Não ajudou até hoje. No FC Porto será diferente?
Certo é que práticas comerciais existem nos clubes profissionais ingleses há décadas. Geram lucros e aumentam afectos e adeptos. O FC Porto mais uma vez acordou tarde. Reagiu, não agiu. Ficou parado, perdido no tempo. Faz comunicações internas? Não pontes com os adeptos.
Continuarei o tema. Para reflexão.

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