31 março 2016

A mulher de César tem até de parecer séria!

A desinformação campeã porque se permite que mal-intencionados a fomentem. Volta a suceder, agora com Alexandre Pinto da Costa, pelo motivo público que se sabe.
Não é a pessoa em si que está em causa, é o FC Porto e a relação comercial que têm, que já conheceu melhores e piores dias, até de inimigos fidagais, mas a inelutavel ligação de parentesco com o presidente portista seu pai não pode ser, ingenuamente, desvalorizada por Jorge Nuno, ou diabolizada contra o presidente, o filho e o clube.
Ora, a imagem do clube tem de ser salvaguardada, e cabe ao presidente defendê-la.
Pinto da Costa não o tem feito, em circunstância alguma, bem pelo contrário, pois mentir e/ou desviar atenções e fazer pilherias para esconder problemas tem feito ricochete.
Sobra o FC Porto, muito acima da dinastia que hoje impera como uma ditadura norte-coreana. Certo que são os accionistas que defendem, sufragando e sem minimamente beliscar esta gestão. Uma gestão que desagrada aos sócios, pelo que estes devem considerar a melhor forma de conviver ou repudiar este estado de coisas.
Assim, tenho visto que adeptos sem memória se perguntam isto e aquilo sobre jogadores, agentes e comissões. Os apaniguados do regime são norte-coreanos, aplaudindo e desfilando como fantoches; os críticos são do Sul, ou coreanos do capitalismo desenfreado quando não benfiquistas encapotados, enviados pelo grande Satã...
A verdade é que tanto já se discutiu sobre as comissões como se andou ao estalo, ainda nos corredores do antigo estádio das Antas, pelos direitos sobre um jogador a representar.
Contei a história há muitos anos, por aqui, de um dia alguns tipos se pegarem ao soco pela primazia de representarem um jogador que interessava ao FC Porto. Era até avançado, em clube da região saloia, chegou ao FC Porto, mal jogou, andou por aí a vingar como central e já veterano passou pelo FC Porto B. A sua "posse", em finais do século passado, foi-me descrita assim mesmo, andaram ao murro nos corredores da SAD, sim já existia, 2 ou 3 pessoas que já não estão no FC Porto e uma que só figurativamente lá está.
Entretanto, Alexandre Pinto da Costa ligou-se a José Veiga e fez campanha contra o presidente do FC Porto, até porque Veiga queria ser califa no lugar do califa, como um dia Manuel Cajuda apontou publicamente. Nesse âmbito e contexto de guerra, Pinto da Costa negou ao filho cerca de 1M€ ao querer apossar-se da transferência de Sérgio Conceição para a Lázio de Roma, quando Luciano d'Onofrio era o representante legal e embolsou a devida comissão.
Hoje, da mesma forma, há empresários que se apreciam a fazer negócios com jogadores que não são seus. Se imperar a correcção, todos se entendem e levam uma fatia do bolo em vez de andarem à estalada. Daí as parcerias e os vários montantes para aqui e ali.
Sucede que, mesmo assim, não se entende como Alexandre Pinto da Costa intermedeia saídas de jogadores que eram de outros empresários, como com Carlos Eduardo ou, salvo erro, Atsu e Rolando, mas os seus agentes é que têm de queixar-se e o de Atsu queixou-se, como outros, de Antero Henrique...
É óbvio que no estado actual do FC Porto estas coisas caem mal, são levianamente discutidas e mesmo defendidas, mas nem podem continuar debaixo do tapete ou sujeitas ao ridículo de serem mal explicadas pelos responsáveis e alarvemente desculpabilizadas pelos louvaminheiros pandegos norte-coreanos, a roçar a mais abjecta falta de inteligência e impedindo outros de meditação sobre o problema. A empresa de Alexandre Pinto da Costa saiu com um comunicado capcioso, hoje, dizendo que ganha ninharias quando há tabela de emolumentos e comissões oficiais e, ainda, que até trabalha pro bono, de borla para o FC Porto...
Mas a mulher de César não tem só de ser séria, mas também e ainda parecer séria, o que o FC Porto não acautela, campeiam todas as teorias, da conspiração à constipação.
Ah, e tal, o que fulano deu a ganhar? Doriva esteve um ano civil, de Janeiro a Dezembro, em 1998, no FC Porto, foi campeão duas vezes, em duas meias épocas, esteve no Mundial de França com o Brasil, veio do Atlético Mineiro para as Antas e saiu para a Sampdoria sempre com Alexandre Pinto da Costa, já esqueceram.
É claro que pode fazer negócios e mesmo as pazes familiares depois de ter entrado na Câmara do Porto sabe-se lá com que favor paternal, como em meandros de Miami pouco claros quando a relação familiar azedou e teve de se fazer mesmo à vida, recompondo-se como filho pródigo no regresso às origens e comissionamento que em tempos teve ligações em Itália também onde tantos beberam a euforia e a... cicuta.
As aparências de seriedade devem ser mantidas. Só o FC Porto sai a perder disto. Porque o seu máximo responsável não o defende, enquanto cuida de poupar o filho sem evitar que outros destruam tudo e todos.
Esse é o problema mais sério e quem encolhe os ombros e acusa a imprensa de sarjeta não tira a cabeça da areia, talvez por ser parte da mesma e ter disso mesmo em vez de massa cinzenta. A matéria pode ser sombria, palhaços podem fazer um circo, mas a dignidade de uma instituição não pode ser negligentemente vilipendiada.

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