04 novembro 2014

Dez anos depois os pólos opostos entre o golo do Rio Ave e um pretenso golo de Petit ao FC Porto

Passaram 10 anos, creio que foi em Outubro de 2004, de um pretenso golo de Petit ao FC Porto que nenhuma imagem mostrou ter entrado mas que os benfiquistas por muitos anos, e decerto ainda hoje, sustentarão que a bola passou a linha de baliza.

A discussão, impossível de adequar às imagens disponíveis e à falta, então, do "Olho de falcão" que garantisse ter a bola passado a linha de baliza, está hoje num golo do Rio Ave, mal invalidado (nem importa a razão ou a honestidade moral e fundamento técnico do árbitro-auxiliar), na Luz.
 
Além de os dois lances terem ocorrido em balizas diferentes, o que distingue a óptica benfiquista nos dois lances é, como sempre, o... aleatório, ou mirabolante delírio se quiserem reforçar a impressão de contínua ausência de realismo, sensatez e bom-senso. E o significado de uma linha, seja real como a de baliza ou imaginária como a do fora-de-jogo mesmo que traçada à conveniência da tv de serviço. Obviamente, o que une as duas coisas é a visão benfiquista de se achar com razão nos dois lances, embora com pressupostos diametralmente opostos.
 
A outra questão fundamental na apreciação dos lances - mais um dos muitos exemplos que não ocorrem aos taralhoucos das televisões, pivots amestrados e editores facciosos e bem "calçados" - é tanto o facto de, em 2004, os actuais auxiliares serem à data juízes-de-linha, como para lá da nomenclatura avaliar-se a honestidade dos "liners" em apreço.
 
O de 2004, recorde-se, foi acusado de não ver a bola dentro da baliza, mesmo que nenhuma imagem alguma vez tivesse mostrado tal facto a não ser no costumeiro delírio insano dos adeptos e responsáveis encarnados. Ora, Petit rematou de longe (25m), a defesa portista estava fora da área e o fiscal-de-linha acompanhava o último defesa portista (em teoria) e estava também fora do enfiamento da área. Logo, era inadmissível julgá-lo pela má posição para avaliar o lance, mas a tónica foi essa. Já que não podiam culpá-lo pela má colocação em campo naquele momento (tiro de Petit), "impunham" que ele visse à mesma. Muito menos poderia Olegário Benquerença, o árbitro, ver sequer a linha de baliza, quanto mais se a bola transpôs ou não a mesma.
 
Não tendo visto, o "liner" não podia marcar nada, para mais sendo mesmo impossível, e não documentado, ter existido golo, que nunca existiu. Em consciência, honestamente, o tal tipo nada assinalou. O FC Porto ganhou 1-0 (golaço de McCarthy de longe, naquela baliza, ao iniciar o jogo, com Moreira agachado a admirar o remate indefensável e de surpresa).
 
Temos o lance do Rio Ave e um árbitro-auxiliar fora da sua posição - convenhamos ser difícil acompanhar ao metro o contra-ataque rapidíssimo dos vila-condenses - mas que, por isso mesmo, não podia ter razão de ciência para julgar o lance. Mas julgou: honestamente não poderia fazê-lo, não tinha condições, fora batido em velocidade, não podia aferir da linha de fora-de-jogo (imaginária) e agora sustenta-se que, por uma imagem de tv, ainda bem que assinalou porque fez bem, sem querer, em assinalar uma infracção - que não existiu.

Há já dois parâmetros cruciais: a capacidade de ver o lance e julgá-lo adequadamente e a honestidade em fazê-lo.
 
Temos ainda a linha: de baliza ou de fora-de-jogo. A de baliza nunca se viu ter sido violada pela bola largada por VB; a de fora-de-jogo tem de ser devidamente marcada por uma tv e jornalista competente e esta foi adulterada deliberadamente.
 
E à luz das Leis do Jogo considerar a decisão final:
- sem indicação possível, visível, adequada, objectiva, uma bola que não atravesse totalmente a linha de baliza não pode ser considerada golo;
- com uma indicação facciosa de uma pretensa linha de fora-de-jogo não bastando - a não ser abastardando - para validar um jogador adiantado, convém ter presente que, por milímetros que sejam mas que a olho nu não poderia ver-se mesmo que o auxiliar estivesse na sua posição, a regra difundida há muitos anos na arbitragem mundial é de em caso de dúvida deve dar-se vantagem ao atacante. O blog Super Porto dá mais uma achega, a mesma que vi esta noite numa repetição da jogada.
 
Comparem-se os argumentos benfiquistas face à linha, as Leis do Jogo e o posicionamento do árbitro capaz de julgar o lance. Tudo ao contrário de há 10 anos para tentarem justificar a sua razão em ambos os lances, sem terem razão em qualquer deles mas beneficiando, sim, da amplitude dos seus lamentos e posição dominante nos areópagos da bola mastigada em catatónicos debates televisivos com comentadeiros avulso e até jornalistas, ou ex, a roçarem o patético palonço que pode ser qualquer adepto de café. 
 
Para misturar sal nas feridas, o vinagre de terem ainda leituras diferentes da honestidade dos dois "liners".
 
O golo de Petit nunca existiu, o "liner" não podia ver e nada marcou em consequência e, se tal subsistisse, na dúvida nunca poderia ser validado
O golo do Rio Ave foi tecnicamente mal invalidado por um auxiliar mal colocado e sem condições para o julgar e em que em caso de "milímetros" a dúvida beneficia o atacante.

E, uma vez mais, as tv's da parvónia, os jornaleiros mal documentados, as desbragadas teorias acéfalas e o repetido enviesamento óptico na avaliação dos lances - nenhum sem ser capaz de cumprir a sua missão. Para (t)roçar o ridículo, se há 10 anos fizeram figuras geométricas para demonstrar o enquadramento da bola para lá, imaginariamente, da linha de baliza do FC Porto, agora os pacóvios da SICN quiseram iludir o totó Rodolfo com projecções espaciais a tentarem rectificar uma linha de fora-de-jogo mal traçada (sob os pés do avançado alegadamente adiantado).
 
Isto, em suma, para além de ter-se passado ao lado de estes lances serem repetidos já esta época por três vezes sempre em favor do Benfica: Bessa e Setúbal antes. E de, claramente, este auxiliar só ter assinalado o fora-de-jogo, além de partir atrasado, só depois do golo feito.
 
São metros de ignorância e quilos de má-fé.

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