09 julho 2014

Brasil perdeu 1-7 e a RTP por 17

Mais do que a inverosímil humilhação do Brasil a sofrer um Maracanaço sem lá ter posto os pés no cúmulo do ridículo de um Mundial absurdamente coberto de estupidez desde antes do início, tal como um estádio para a abertura descoberto e, à moda de outros séculos, um mamarracho terceiro-mundista hoje a revisitar na Arena Paulista para o Argentina-Holanda,  o 1-7 ante a Alemanha conseguiu ser score fraco para a catadupa de bacoquices e parvoíces dos dois pataratas palradores da RTP. Podia facilmente enumerar 17 asneirolas e quejandos filhas da ignorância crónica e pesporrência menor, mas se esta semifinal ficou para a história será também pela concupiscência imbecil do duo Paulo Sérgio-António Tadeia - de tal maneira histórico que me faz ter saudades das bravatas bem intencionadas de Gabriel Alves que era o bombo(m) da festa há uns 20 e tal anos mas esforçava-se por aprender e aperfeiçoar, esforçava-se mesmo ainda que progredindo pouco mas denotando trabalho de casa.
 
Para perdoar o velho Gabriel Alves levado pelo seu entusiasmo como genuíno adepto da bola tropeçando no que tanto queria contar a mostrar que sabia, bastava a lapidar frase do Paulo Sérgio a dizer que o Brasil perdia por 5-0 e a Alemanha ganhava por 5-0. Isto sem se rir, sem ser irónico mas decerto não esquecendo que a direita de quem sobe é a esquerda de quem desce e, como na França, uma janela pode ter o estilo fenetre e uma casa ser tipo maison... Não chegou a ser tão bom, mas a busca de factos históricos comparáveis à derrocada brasuca de um bando de pardais de novo e ainda sempre protegido pelo árbitro (ai o caceteiro David Luiz...) foi um delírio a comprovar a estupidez natural e fidedigna de dois bestuntos que, imagine-se, alcandoraram-se a cargos de chefia na informação dita desportiva, o Sérgio nas catacumbas da emissora pública e o Tadinho Tadeia de volta ao Rascord que já vendeu mais de 100 mil diários e agora está nos 42 mil (APCT de Janeiro a Abril 2014).
 
A edição primeira do Mundial em 1930 teve um duplo 6-1 no Argentina-EUA e no Uruguai-Jugoslávia e tanto cirandaram os dois parvinhos até se deterem no Itália-RFA de 1970 que teve 4-3 mas foi no prolongamento, aos 90' havia apenas 1-1, para arranjarem um resultado semelhante que tanto amaçava subir a 6-0, dizia o Tadeia após o intervalo, como estacionava porque, afinal, os alemães acomodaram-se: é o tudo e o seu contrário entre dizeres sem nexo enquanto as ejaculações e elucubrações não acompanham as incidências do jogo. A falta de trabalho para enfrentar um serviço deste tipo prodigaliza a incompetência de quem devia saber e mostrar mais, mas a Imprensa tuga de trazer por casa certo passou ao lado do 60º aniversário do 7-5 de 1954 entre Áustria e Suíça (com 5-4 ao intervalo), é certo que nos 1/4 final mas a única vez que uma equipa marcara 5 golos antes do intervalo, como a Alemanha a descobrir o minério no Mineirão de Belo Horizonte na noite da exibição perfeita: "oh, so schön, oh, so schön, oh, so schön, so schön, so schön" - que bonito, que bonito, que bonito, que bonito. O parvinho Tadeia, uma absurdidade marcante do periodismo parolo radicado no Rascord e paradigma do ignorante pavão das pantalhas tugas e da desinformação galopante, procurava resultados de cabeça, esquecendo a última grande goleada alemã em 2002 por 8-0 à Arábia Saudita em que Klose fez 4 golos e arrancou para o recorde goleador ontem coroado nas trombas dos brasileiros, na prosápia do Ronaldo batido nos 15 golos totais e no vaticínio moralista de Mourinho, de novo a falhar rotundamente no prognóstico como se rezar, jogar em casa e ter os árbitros a favor fizesse do Brasil o campeão anunciado quando não me lembro, em 40 anos, de ver um semifinalista tão fraco no Mundial desde 74 como esta equipa sem rei nem roque com a varejeira do Scolari a dar o lastro necessário para ir ao fundo na concepção de jogo, na operacionalidade das suas peças e no entendimento do jogo do adversário - rivalizando apenas com o tadinho Tadeia que nunca percebeu porque a bola pincha e sempre foi um zero à esquerda apesar de tornar-se subitamente subdirector do Rascord, o mesmo é dizer director de sub-informação de um título que foi respeitado e subiu aos píncaros mas deixou de ser quando tipos como o Tadeia passaram a cobrir Mundiais como excurcionistas que é o que a maioria dos jornaleiros faz a bajular a selecção e a condecorar o Ronaldo de trazer por casa.
 
A Alemanha continua a ser a Alemanha, a mais forte equipa do Mundial que deve ser acompanhada da Holanda - e creio que, ou Messi tem um dos seus melhores dias, ou à falta de di Maria a dar "profundidade e largura", diria Vítor Pereira, ao jogo argentino, sobrará a irrelevância de Sabella, outro técnico da treta que van Gaal deve explorar sagazmente e prevejo não outro 1-7 mas uma viória folgada dos laranjas para a final desejada com o Maracanã como palco onde o Brasil nunca pisou - o que devia fazer corar de vergonha quem a tiver naqueles lados mas ficará a assobiar para o lado como o parvo presidente da FPF com o bentinho de merda na selecção e o imbecil presidente da Liga a anunciar um sorteio do campeonato sem condicionamentos e cartas marcadas para os 3 grandes saírem a jogar entre si praticamente nas mesmas jornadas da época passada.
 
Isto num país de burros é burrada e coices por todo o lado. O futebol, a Informação e o País que temos, equilibradamente medíocres mas todos muito felizes com o serviço público à guitarra e o comodismo atávico à viola no fado de sempre.

1 comentário:

  1. Portugal - EUA

    Ouvi o Tadeia chamar de direitista a um jogador que joga com o pé direito...
    Creio que destro era o termo correto.

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