21 novembro 2013

O desespero é do Real Madrid!

Posto isto, como sempre defendi, não dou importância de maior à Bola de Ouro, nem ao melhor jogador do mundo - que para mim continua a ser Messi e Maradona o melhor de sempre - nem ao melhor treinador do mundo. Aliás, mesmo alguns títulos de melhor equipa do mundo conquistando o Mundial têm verdadeiro significado, ainda que o título valha muito mais. Nunca dei para esses peditórios e a minha opinião não depende de troféus ou conquistas, ainda que estas legitimem quase tudo. Veja-se o frenesim por Portugal apurar-se, na repescagem, para o Mundial. Mais valia ser 1º do grupo fácil (mas não foi) e já não se falava mais nisso. A par, sucedem-se os espectáculos circenses, de psicólogos, sociólogos e tudólogos sobre a superação da crise - que fatalmente pessoa com dois dedos de testa desmente ser a bola a primeira das preocupações.
 
Já a Bota de Ouro, sim, reflete o mérito do jogador em termos concretos, de resto "amparada" em regulamento que, evitando subjectividades e diferenças entre campeonatos (principais têm mais cotação para os seus goleadores, pois marcar na Roménia não é o mesmo de Espanha), não deixam muita margem para dúvida.
 
Mesmo assim, na Bota de Ouro, há quem se espante por Ronaldo ter chegado aos 67 golos neste ano civil de 2013, quando Messi marcou 92 golos em 2012 e ainda falam que CR7 "bate todos os recordes"...
 
Messi, por sinal, recebeu ontem a Bota de Ouro de 2012 por ter marcado 45 golos em Espanha um ano depois de ter igualado os 50 golos, da época anterior, de Cristiano na Liga espanhola de 2010-11.
 
A entregar a Bota de Ouro, Stoichkov foi claro quanto à Bola de Ouro.

A importância da Bola de Ouro, fugindo à objectividade regulamentar e clareza desportiva da Bota de Ouro, pode ser demonstrada facilmente. Messi pode ser o "inimigo" de Cristiano, mas o pano de fundo é a subalternidade já permanente do Real Madrid face ao Barcelona.
 
As capas de ontem dos diários desportivos de Madrid dizem tudo, nem parece que a Espanha jogou no palco onde foi campeã mundial nem se imaginaria que o jogo da Roja fosse subalternizado pelo feito de CR7 por Portugal.
 
Reparem no pormenor superior da Marca, enquanto atirava a derrota da Roja para o fundo da página. Benzema também é destaque, joga no Real Madrid, ainda que tenha marcado um golo em claro fora-de-jogo...


O que serve, ainda, para desmentir Mourinho sobre a opinião que os espanhóis têm dos portugueses... Mas porque, acima de tudo, está a projecção que querem dar ao Real Madrid - até porque o campeonato parece escapar de novo aos merengues. E há que puxar por alguma coisa, veja-se o exemplo do ronceiro Roncero do As e as pantominices habituais descobertas, como diletantes, por algumas tv's tugas... O exemplo pátrio e prático disto, por cá, pode ser visto nos blogues extra-futebol a pegarem na coisa de que se lembram de ano a ano...

Compreensível é os jornais portugueses fazerem esse papel. Mas, afinal, apesar do jogo extraordinário feito, os golos de Ronaldo foram, em correria, força e remate, típicos de Ronaldo, bendizendo a pasmaceira e amadorismo suecos ao deixá-lo sempre sozinho. Porventura, os passes de João Moutinho (2) e Hugo Almeida, bolas metidas no espaço e à distância, foram muito mais difíceis e brilhantes, diria mesmo à Barcelona, do que a conclusão forte e feio das jogadas sem oposição. Mas, enfim, é o que há.
 
A Imprensa faz o trabalho de qualquer agência de Comunicação. Estas tanto podem fazer o que faz a Imprensa como acções falhadas de marketing ao jeito da Pepsi. Também já corre a petição para não se comprar Pepsi, como se a Coca Cola fosse melhor e a "marca branca" de uma qualquer cadeia de supermercado pudesse ser alternativa. E já não há petição nem para defender o escândalo que a FIFA permite de "rever-se" a votação para a Bola de Ouro - sinal do descrédito total.
 
Com papas e bolos se enganam os tolos. Acho que a capa de ouro da idioticie será sempre do Rascord com aquele Jesé que, interessando ao Benfica, marcou 3 golos a Portugal nos sub-20 ou sub-21 e foi o destaque... porque interessava, só, ao Benfica, mesmo que hoje continue no Real Madrid.

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