05 julho 2013

Mais "estilo Barça" que nunca, mas sem Messi, sobram os interiores

Ora bem, se já se percebera a falta de extremos de qualidade - e só a ascensão de Varela na parte final estimulou o ataque ao Tritulo - e desequilibradores no 1x1 contra defesas cerradas, fazendo empastelar o jogo pelo meio, o sinal de alarme pode tocar já com o anúncio de que o futebol portista viverá de interiores e o 4x3x3 para manter dispensará os extremos. Foi o que li hoje em O Jogo respigando uma entrevista de Paulo Fonseca à Revista Dragões. Os princípios gerais são para manter com o novo treinador, mas se já não tínhamos Hulk e acabámos de perder Moutinho e James, dois interiores por excelência, a reconstituição do plantel trará ainda mais dificuldades antes das próprias perante defesas cerradas quando a bola rolar a sério.
 
Paulo Fonseca só falta dizer que também aprecia o futebol do Barcelona, como AVB e VP, o melhor do mundo mas com tremendas dificuldades pela falta de extremos - e de um pilar na área para quando der jeito - que só o inigualável talento de Messi disfarça. Como não temos Messi, ainda que possa recuperar-se o mini-Messi Iturbe, e porventura Quintero será mais James do que Messi ou Iturbe, antevejo problemas se é para jogar pelo meio.
 
Além de Jesus delirar com a "hegemonia" que diz o Benfica estar tão perto de alcançar como o Sporting de Paulo Bento com quatro segundos lugares, todos os treinadores adversários agradecerão o afunilar do jogo portista. O pessoal é que está de férias e está farto de outras conversas, mas quando cair em si e ver os jogos apertados no Dragão, e mesmo fora, sem abre-latas pelas extremas, bem, já se deve antecipar os assobios.
 
Uma coisa é certa: faz sentido o 4x3x3 para um avançado-centro como Jackson, mas parece fora de tom o 4x3x3 sem extremos: um contrassenso um impossibilidade material? A bota bate com a perdigota?. E para um jogo com interiores, bem, também nos falta Iniesta e Cesc Fàbregas pelo menos, para a coisa fazer sentido. Ou será mais um 4x1x4x1? Ou 3x2x4x1 aproveitando o desequilíbrio de um lateral enquanto na outra banda o outro lateral refreia um bocado o ímpeto ofensivo? Dar-se-ia assim corpo a um jogo postado no meio-campo adversário, com pressão alta permanente, como quer Paulo Fonseca. Sobre os interiores, está fora da minha compreensão. Porque Barça mesmo só há um, com aqueles jogadores que vão dando, agora, algumas dores de cabeça menos agradáveis por a fórmula já não ser bem sucedida como dantes.

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