05 junho 2013

Domingos

Faço um parêntesis no fecho do blog para antecipar o nome do novo treinador do FC Porto. Não que me agrade, não que me deixe feliz pela fraca encenação à volta da saída de Vítor Pereira e o adiar da divulgação do substituto para dia 12, exactamente daqui a uma semana. Nem é, sequer, para lembrar as palavra sde Domingos, que aqui registei, em Fevereiro de 2012 pouco antes de sair de Alvalade, entusiasmado a congregar adeptos e Imprensa à sua volta, como "infiltrado" do Norte e do Porto, sobre os "três ou quatro milhões de adeptos" do Sporting - obviamente um insulto aos adeptos portistas que Domingos tem obrigação de conhecer muito melhor e de ter uma ideia de quantos somos.

Aliás, enquanto treinador Domingos não me convenceu no curto trajecto interno, e a "boutade" do Corunha no início do ano, entre coisas que fui ouvindo desde os seus primeiros passos, na I Liga, em Leiria. Mas, prontos, é ele que devemos apoiar, não restem dúvidas quanto a isso. E o recrutamento de jogadores de cá não tem sido por acaso, numa louvável contenção de despesas que, de resto, entronca no objectivo primordial de renovar o título com um 11 titular renovado também pela saída dos influentes Moutinho e James. Por exemplo, para um jogo mais de transições, como se viu no Braga de Domingos, jogadores como Licá encaixam bem, um jogador que eu tinha dificuldade em inserir no contexto do modelo de jogo de Vítor Pereira. E a procissão ainda vai no adro...

Veremos se o Rascord vai falar de um Dragão bebé... e Domingos terá a boa Imprensa lisbonense que teve enquando durou o estado de graça. (por igual, o actual presidente grunho cairá em desgraça mal a bola comece a rolar, até lá vai atirando foguetes para os saloios de verde se babarem...).
 
Escrevi isto pelas 16h de ontem, há 10 horas, depois de obter de uma boa fonte de informação, casual mas bem relacionada com íntimos do ex-jogador portista, e de ter enviado mensagem a um amigo. Por sinal, A Bola já em Abril, por associação de imagens como a da prosa aqui, alvitrava Domingos
 
De resto, Pinto da Costa falou de um clube apurado para a Champions mas não que tivesse sido orientado pelo futuro treinador do FC Porto. Poderia, eventualmente, sê-lo, mas tal como o Domingos jogador que saíra do Tenerife para ir para Alvalade e foi chamado à razão a meio da A1, em Coimbra, para voltar atrás, também a ida de Domingos a Salonica para conversações com o PAOK que Fernando Santos treinou antes de assumir a selecção grega, vencedor da Liguinha grega de apuramento para a Champions, foi assinalada: não te comprometas, és o meu treinador.
 
E prontos, veremos se o bruxo de Fafe acertou, como com Licá, por exemplo...
 
Quanto a VP, lamento a forma pouco edificante como o processo de renovação se arrastou com falsas promessas através de contrato cuja duração nunca poderia ser pomo de discórdia, naturalmente. Se, alegadamente, como dizem as notícias plantadas junto de jornalistas patetas que comem a palha que lhes dão, sem substâncias nutritivas capazes de estimular dois neurónios que subsistam em certas redacções de pasquins em declínio acelerado rumo à morte vegetativa, o Porto oferecia dois anos e VP só queria um, o Porto não teria problemas em assinar só um ano e, porventura, depois renovaria; nem VP se melindraria ao assinar por dois anos, pois decerto incluiria uma cláusula para sair ao fim do primeiro ano se quisesse. Afinal, VP acabou de confessar na entrevista à Notícias Magazine que informou a "estrutura" que sairia se não fosse campeão.

Em suma, o FC Porto não atou nem desatou, mostrou-se, erradamente, estar nas mãos e preferências de VP, como se fosse possível estar dependente do treinador, este sai com um sinal de força mas, mesmo sem clube assegurado, ciente de que não o desejavam, pelo que é o FC Porto que perde em estatura - a sua "estrutura", que não engana ninguém! - e o treinador bicampeão tem a porta grande escancarada depois do reconhecimento dos adeptos comprovado em Paços de Ferreira, onde pareceu mesmo um sinal de despedida não obstante a cumplicidade com o presidente nos festejos já na varanda do Dragão, que me iludiram, mas também podia significar o inverso e precisamente a abertura para sair em grande. É claro que também até dia 12 não haverá palavras de VP, quiçá até assinar um contrato com o... PAOK! Seria uma forma airosa servindo a todas as partes e orquestrada por múltiplas influências, o que é sempre melhor do que usar a novilíngua do periodismo saloio que transforma catástrofes em projectos de futuro, despedimentos como o de Mourinho em saltos salariais porque o russo Roman continua louco e a inversão do mote quem aguenta mais tal como a dúvida sobre se a galinha nasceu primeiro do que o ovo...

A saída de VP mereceria outras considerações se eu já não as tivesse, ao longo do tempo, lavrado em total independência e consciência, liberdade e mesmo distanciamento que uns loquazes comentadeiros e bloguistas do efe-erre-á não têm nem imaginam como fariam bem calar-se. Fica a imagem para a eternidade mas subentende-se que, preferindo sair numa conjuntura de reestruturação do plantel, como também aqui já lembrei, não cai na asneira de Jesualdo Ferreira traído pela "estrutura" depois da dobradinha de 2009 e sem saber que Lucho, em final de Junho, e Lisandro, em Agosto, desfalcariam o FC Porto de forma irreparável. Os dois anos oferecidos a Jesualdo, ainda no fim da festa do Jamor, foram um presente envenenado que pagou caro depois. VP já sabia que James e Moutinho sairiam, porventura mais alguiém sairá e a reconstrução, com as ambições de sempre ao máximo, seria mais difícil e tornaria o fardo mais pesado ainda. Aos experts de modelos e tácticas ficarão as deambulações por terrenos escorregadios quanto a voltarmos a ter um jogo de transições, como com Jesualdo, em vez de posse, como VP vincou e prefere.

Enfim, até por VP não ter clube não há que atiçar a matilha que são certos adeptos como Pinto da Costa fez com AB, da mesma forma que a criticada saída de Falcao para Manzanares, que el Tigre sempre repudiou do início ao fim da sua aventura colchonera tão bem sucedida, tal como a depreciação do Chelsea quando seduziu Villas-Boas, agora foi mitigada pelos 70ME pagos pelo Mónaco que não mereceu comentários tão depreciativos do presidente. Pudera, desde que o FC Porto tenha tudo controlado não se chamusca ninguém e quem é da casa acaba por aceitar as regras do jogo sem engrandecer as partes, como tenho constatado.
 
Ah, e Pinto da Costa impõe a sua vontade quando Leonardo Jardim era o desejado... pela "estrutura".
 
O resto é conversa. Daqui a uma semana, porventura, comentarei se assim não for.

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