12 maio 2013

Perspectiva do epítome

Uma imagem vale mais do que mil palavras é récita parte do manual de jornalismo que, como noutros campos mais prosaicos, manda as malvas as suas regras, o decoro informativo e a própria natureza e sentido existencial.

Ora, se as capas dos pasquins lisbonenses mostram, resumem, o essencial da extraordinária vitória portista é, precisamente, enquadrarem o que foi o jogo: Kelvin, menino que sentava no banco ao lado de Sebá colega da equipa B, a rematar como imagem do jogo ofensivo do Porto sempre em busca da vitória até ao fim do tempo que Proença entendesse - e 4 minutos foram muito pouco para tantas paragens por falta de músculo físico e mental da equipa dos fanfarrões e batoteiros; e isso nem é o mínimo que pode dizer-se de Proença recalcitrante em defender o seu clube do coração de todas as formas possíveis, incluindo encurtar o tempo encurtado pela falta de resposta do Benfica!
 
Já a presença, circunstancial, de Roderick, que veio de escapar à provável despromoção do Corunha dos portugueses, no lance e na imagem diz também tudo do ferrolho benfiquista que pagou o preço da falta de ambição, da cagança apenas em palavras, da prosápia balofa, do fanfarronismo do "Vamos ser campeões" sem fazerem por isso porque falar é fácil e fazer muito mais difícil.
 
A imagem que falta, mesmo, é o Benfica subjugado na imagem do treinador de joelhos, epítome de uma equipa de rastos, física e mentalmente, obviamente a caminho do cadafalso e com o pânico perceptível desde o jogo com o Estoril. A imagem que mostra o que é o Benfica e o que é, simultaneamente, o Porto.
 
Ambos são isto mas muito diferentes. Toda uma cultura de trabalho e exigência num lado, de fanfarronice e baratas tontas do outro. A cultura que nunca aplaudiria a equipa na eliminação da Champions como foi em Dezembro e nunca esperaria aplaudir a equipa que se portasse cobardemente no ataque ao título - pela segunda vez em quatro anos a precisar apenas de um empate - jogando na retranca com o medo de perder.
 
O parlatório do Portugalório parolo, palonço e insonso eterniza estas ideias e resumem, mais uma vez, o que é um Porto-Benfica, muito mais do que um jogo!

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