11 março 2013

Patrão de Imprensa

"Hoje, 50% do custo de ter o Público são remunerações dos jornalistas, mas 100% da decisão do Público é dos jornalistas. No projecto inicial que me foi ´vendido`, a Sonae aceitou um modelo, em que se deu importância excessiva ao jornalista. O jornalista que é o dono da peça acha que tem o direito de dizer as asneiras que quer. " . Belmiro de Azevedo, em entrevista ao jornal de que é proprietário.
 
É tão raro ouvir falar um patrão da Imprensa sobre o negócio dos média que vale a pena esta nota. E o registo de "prejuízos de dois/três milhões por ano". Belmiro, em suma, é um mãos largas com essa de manter um alegado "jornal de referência" que o foi sem nunca ter desenvolvido o potencial de Desporto, por exemplo, enquanto "enchouriçava" coisas da Política Internacional que hoje desembocam nos broches a tipos como Chávez, além de pérolas do anedotário nacional-parolo a acompanhar o socialismo caviar tido como muito Seguro em soundbytes.
 
Era giro, mas impossível, ouvir Oliveira sobre o investimento no DN a peso de ouro e a queda para 15 mil diários de vendas ou a regressão estapafúrdia do JN, enquanto a TSF continua gerida por outro tipo de esquerda e ex-assessor de Seguro e O Jogo já não conta para o Totobola por os interesses de Oliveira não precisarem mais de um pára-raios desportivo como há 15 anos e só para defesa do irmão António envolvido em muitas trapalhadas.
 
Balsemão, em vias de bancarrota também, já só embeleza com o seu aspecto cadavérico as galas das suas tv's, a SIC que se afunda e a SICN dos comentadores do regime, político e desportivo, e na deriva esquerdista que a tornaram insuportável, sem que também o patrão dê conta do erro, veja-se o afunilamento em modo de lacinho do Espesso cada vez mais aberrante, sujeito aos "Baptsta da Silva" e em disputa pelo título de jornal jacobino com o Público.
 
A Bola está na fase da "Operação Coração" ao jeito do Benfica de Damásio: apelar à clubite aguda e vender kits em Angola e Moçambique. Palpita que os respectivos campeonatos um dia serão exclusivo do canal do jornal, em honra de Hilário e Eusébio, para repartir as palmas pelas cores.
 
O Correio da Manhã vai avançar também com uma TV. Tomado em conta que, em 10 anos de um director cabotino, passou de 92 mil (2003) para 52 mil (2012) de vendas diárias, o Record está bem metido no fundo de um grupo cuja âncora é o CM, sendo que o cabotino director do desportivo fala do "maior EBITDA de sempre" certamente pelo grupo e não pelo desastre editorial que é o seu e de uma longa série de fracassos profissionais.

E Belmiro nem falou sequer da perda de credibilidade dos média, definitivamente em falta de um verdadeiro patrão da Imprensa que perceba disto como nem o Balsemão percebe.