24 fevereiro 2013

Jackson começa como morto-vivo e acaba com um thriller

Jackson falhou um penálti com o Olhanense por um mau remate, acontece. O que falhou com o Rio Ave foi por má atitude. Reprovável. Penitenciou-se, ao converter um segundo penálti, antes do intervalo. Os penáltis são indiscutíveis, mas nem o erro do último jogo em casa, quando podia ter feito o 2-1, nem o facto de esta primeira oportunidade de redenção dar apenas o 1-1 após o golo estupendo de Braga, "convenceu" o goleador máximo do campeonato de que o assunto era sério e não propício a um devaneio ou encenação grotesca para um vídeo muito visto no YouTube. Penitenciou-se perante a plateia, ao converter a segunda oportunidade. E se a mereceu, também mereceu o brilhante golo da vitória.
 
O penálti falhado foi digno de um morto-vivo, na senda da equipa mole e "pesada" como o relvado pastoso que temos visto. Redimiu-se com o thriller no domínio perfeito ao passe de James e um toque decisivo a desviar do g.r. esloveno. Deu-nos o melhor de Jackson que por pouco não voltava a fazer um hat-trick. Acabou com as dúvidas ou, como no clip da famosa música-dança do falecido Michael, a rir-se da brincadeira que nos pregou, de mau gosto e pior aspecto porque a equipa carburava mal. Ah, Ah, Ah, os mortos tinham vindo à superfície mas acabaram enterrados mesmo, como certos fantasmas - precisamente o Jackson M. a mais de um golo por jornada a atarantar as defesas.
 
Lucho anda a penar, Fernando não deixa de imitar-lhe o passo arrastado e o jogo confuso. James ainda está frouxo, sem reacção, coisas de tempo de lesão que não se viram na forma enérgica como Defour (re)entrou na equipa. O puto Quiñones é bom, mas tremia por todos os lados, gostava de subir mas tinha dúvidas e aprendeu a cruzar mal como Danilo, mas deu tudo, independentemente de se amedrontar aqui e ali. Moutinho esteve ao seu nível e à falta de laterais capazes de fazerem a diferença no apoio ofensivo, valendo um Varela muito interventivo e brilhante a espaços, a coisa teria sido um fiasco como com o Olhanense.
 
A vitória é indiscutível, apesar de uma circulação de bola pouco rápida ainda que mais diligente do que no anterior jogo em casa. O Rio Ave jogou melhor do que o Olhanense e perdeu concedendo menos ocasiões de golo do que os algarvios consentiram e saíram mais ou menos vivos do Dragão. São coisas da bola. Como serão óbvias as conversas sobre os dois penáltis, não por merecerem dúvidas mas por terem sido marcados dois. Aquele sobre Kléber em Vila do Conde, por exemplo, já está esquecido pelos agit-prop do Grandola Vila Morena de ocasião. Foi assim, dois, com o Sporting, o próximo adversário.