24 janeiro 2013

Título de hoje: pasquins disputam quem é campeão de Inverno

Dois golos de Jackson elevaram-no ao topo da lista dos marcadores, com 14, superando Meyong que se lhe opunha na noite em que o FC Porto foi ganhar a Setúbal pelo 13º ano consecutivo para o campeonato. Mas o 3-0 final não chegou para o FC Porto, por um golo, igualar a diferença de golos do Benfica que, ainda que assim fosse, teria vantagem por ter mais golos marcados. Pelo que A Bola pode fazer manchete amanhã, segundo à risca as regras de classificação, como deve ser. Admito que muitos devem ter procurado tirar dúvidas e dei com o site da Liga inacessível - presumo também que não houve engano no resultado para pôr o Porto em 1º lugar...
 
Apesar de fazer de idiota, como quando fez com o 2-2 do Benfica no Dragão na época passada tendo, então, o FC Porto melhor diferença de golos que é o que conta à falta de poder desempatar-se os clubes em igualdade pontual sem o resultado fora poder servir de tira-teimas, o Rascord aponta, ao menos mantendo a coerência, o bicampeão em 1º lugar mas t(r)emerá pelo ridículo se disputar com A Bola o "título de campeão de Inverno" a conferir no final da 1ª volta. Aliás, um "título" que o Benfica repete, pois na época passada até virou o campeonato com dois pontos de avanço...
 
É uma situação paradigmática da idioticie invasora e já entranhada na pasquinagem da Herdade Desportiva. Mas o non-sense em doses cavalares chegou a isto, não só ao arrepio do bom senso como, particularmente, das regras mais claras que existem.
 
Independentemente de quem é, momentaneamente, 1º classificado, o FC Porto não perde por muito (um golo apenas, tendo feito 2-2 no campo do rival o que avaliza o seu mérito e não deu para mais pelas manhas da arbitragem tuga) para o Benfica que, como amplamente divulgado, viveu cavalgando a onda do Cardozo dos penáltis e das contemporizações dos árbitros para com os caceteiros.
 
Mas o jogo portista no Bonfim, feito mais com o ritmo encadeado que já faz o ADN da equipa e enquadra o figurino de jogo inalterável, foi algo baço, apesar da vitória folgada só ampliada no final, o 3-0 já em descontos por Lucho. Se o adversário joga pouco e bate mais do que toca a bola, o FC Porto fazer o jogo pastoso não só corre risco de sofrer o empate mesmo num bambúrrio mas deixa, antes acompanha, o cair do nível mínimo aceitável de jogo e de qualidade contribuindo para o fraco futebol que a sua imagem não pode permitir. Eu compreendo, à imagem dos últimos jogos (foram vários) incluindo o Benfica (já não surpreendentemente) encolhido no seu estádio ante o FC Porto, que temam o futebol-carrossel dos dragões e mesmo a perder não avancem no campo. Venho anotando e escrevendo isto desde os jogos com Académica, Beira-Mar e Moreirense, depois também o Nacional, o próprio Setúbal na taça da treta, sem que um golo sofrido alimente outra ideia das equipas de procurarem melhor sorte. Assim perde o espectáculo e o atractivo do campeonato esvai-se de forma contraditória à constatação de termos dois líderes... sem derrotas!
 
O Setúbal acabou com 9, porque Pedro Proença, ainda que retardando a expulsão de um tal Bruno Gallo que dava bicadas em tudo o que mexia, não titubeou nem ao marcar o penálti sobre Varela nem a sancionar a simulaão de um sadino. Até parecia que Proença, o melhor árbitro do mundo em 2012, apesar das más línguas, favoreceria o Benfica, com mais duas expulsões do seu futuro adversário, mas os sadinos visitam a Luz apenas daqui a duas jornadas. É claro que, como faz confusão a Vítor Pereira a dualidade de critério disciplinar, alguns queiram à força iludir-se e drogarem-se para não chocarem com a realidade, preferindo sempre a versão mais corrente que é a da impunidade à moda do Benfica.
 
De qualquer modo, em pezinhos de lã, o FC Porto comete uma proeza de acabar a 1ª volta a par do Benfica qual extreminador implacável. Ao contrário das últimas jornadas em que os árbitros ajudaram a manter o campeonato equilibrado, é o FC Porto por mérito próprio que ousa igualar o ritmo dos que prometem comer este mundo, o outro e o seguinte proclamando que estão muito fortes.

O Porto, para se equiparar ao clube que mantém Aimar até final da época e do contrato dourado, também quis pôr-se a par ao recrutar outro velhinho como Liedson. Tenho dúvida é que seja a Santa Casa da Misericórdia a desempatar a contenta, na minha projecção da 2ª volta porque a radiografia da 1ª volta já foi tirada e A Bola vai anunciar hoje.

Aliás, convém, porque o "estado de graça" não dura sempre. Que o diga mesmo quem se sente Seguro...