19 janeiro 2013

Pinto da Costa x 1500

Pois é, a capacidade histórica, evocativa e documental da pasquinagem lusitana resulta na desqualificação informativa que é transmitida aos adeptos. A Bola, até com alguma antecedência, tinha antecipado o jogo 1000 de Pinto da Costa como presidente portista, frente ao Estoril em Outubro, quando ninguém se apercebeu, nem A Bola, de ser também o total de 1485 jogos na gestão pintista. Passaram, entretanto, 3 jogos da Champions, 3 da taça da treta e 2 da Taça de Portugal, mais 6 do campeonato.

O que me espantou, na altura, não foi descobrir-se os 1000 jogos do campeonato, mas sim isolar os jogos do campeonato do resto. Nem uma ideia, sequer aproximada, do total apurado então. Porquê? Não apuraram. Porquê? Por não estar assim tão disponível. Como pressenti isso, antevi que nada diriam chegando aqui. Não há é como não existir, até para a Comunicação do FC Porto.

Um exemplo, pequeno mas significativo, da falta de estatística e da difusão de números, não só no futebol como na vida do País. Somos maus na estatística, nas contas, na matemática, nas ciências mais ou menos exactas. Faltam referências, em geral, e daí os papagaios sobreviverem. Como descurar o todo? Faculta-se o que, por algum bambúrrio, está guardado, mérito dos antigos (quem guarda, tem), mas não se evoluiu. É assim...

Importante? Claro que não, é só um número, como foi o jogo 1000. O jogo 1000, mesmo assim, deu brado, motivou muitas conversas e entrevistas, atenção mediática. Acabou por ser um soundbyte. Mas, em paralelismo, foi/é importante saber como Portugal chegou à iminência da bancarrota, agora anda a contar os tostões com sacrifícios penosos de todos e terá de cortar, queiram ou não, 4000ME (ou outros mil milhões, porque não há almoços grátis), mas sem a maioria da populaça não entender e mesmo alguns entendidos fazerem de conta que não percebem.

Só constato isto pela diferenciação negativa. Mas a mais ou a menos para alguns é igual. Não é como dar pérolas a porcos, até porque dispenso de apresentar o quadro e quem quiser acredite ou a pasquinagem que faça contas e publique.
 
Com o P. Ferreira, que equipa de amarelo como o Estoril, diante dos seus adeptos, nem todos indefectíveis, cegos e pacóvios mas sem dúvida reconhecidos à sua obra embora, como eu, não apreciando todos os fait-divers de Pinto da Costa, o presidente portista pode fazer outra festa, esperemos que também com uma vitória. Para os que depreciam A Bola mesmo quando dá algumas coisas que ainda escapam à maioria, agora podem aproveitar o seu falhanço. Porque também aos adeptos escapou o Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar. Está lá tudo, dos 1000 jogos do campeonato aos outros em cada época que não percebo como ninguém somou, a não ser que tenham evitado comprar a Bíblia do passado futebolístico da equipa mais bem sucedida da história ou simplesmente por preguiça, who knows?...
 
Mas como tudo é passível de crítica, ainda vão descobrir, os Artur Baptista da Silva que gravitam na Herdade Desportiva, que o adiamento do Setúbal-Porto - como impõe o regulamento a ser jogado antes do começo da 2ª volta - foi só para não coincidir na Luz o jogo oficial 1500 de Pinto da Costa.
 
É hoje. Provavelmente, alguns pataratas que vegetam na bluegosfera nem se aperceberão, talvez publiquem depois quando algum pasquim fizer a soma e der o quadro. Boa noite e boa sorte.