20 janeiro 2013

O futebol (não) é isto

No jogo 1500 de Pinto da Costa como presidente, o FC Porto cumpriu com tranquilidade, sem forçar muito, a necessidade de vencer o Paços de Ferreira. A partir do 1-0 percebia-se que nada mais surpreenderia no jogo. Foi tão fortuito o centro-remate desde fora da área, de Alex Sandro, sobrevooando Cássio, após o intervalo, como afortunadamente os pacenses não sofreram num desvio subtil de Jackson a fechar a 1ª parte, dentro da pequena área. Izmaylov, de novo entrado, fez o 2-0 num movimento próprio dele e que poucos portistas fazem, de reter a bola na área e não se preocupar com o emaranhado de defesas, buscando a possibilidade de remate. Uma boa estreia em nova casa do russo que, entrado na Luz, parecia caído como cometa a perder gás em terra árida. Vítor Pereira meteu dois flanqueadores, Izmaylov e Kelvin, que burilaram o 2-0, arriscando quando estava 1-0 e o opositor continuava como se estivesse a pontuar, irredutível a sair da dupla linha defensiva de quatro sempre atrás da linha da bola.
 
E o jogo pouco mais é do que isto, já que o 5º classificado de que alguns falam e eu ainda não tinha visto, tem boa organização colectiva, muita preocupação defensiva mas para quem os jogos começam 0-0 e podem perfeitamente acabar sem mossa no resultado. A baliza contrária, porém, não é sequer uma opção e creio que um só remate, no único canto a favor, testemunha quanto Helton passou a noite descansado, ainda que ao frio.
 
Que as equipas portuguesas se mostram bem organizadas já não é novidade. Qualquer equipa de II Liga ou mesmo de 2ª linha na I Liga tem uam boa estrutura, solidária e que, trocando a bola melhor, sabe arrefecer o jogo e chatear o adversário com uns pozinhos de corpo-a-corpo e bastante bola para o ar, repelida ao Deus dará. O Paços foi uma tristeza, já vi assumir o futebol de peito feito sem uma classificação tão atractiva. Jogar a meio da semana é apenas mais um pretexto para não criticar a sua falta de ambição, absolutamente abstraída da área contrária onde não chegou a entrar com a bola controlada. E tudo, para além do 1º parágrafo a resumir o essencial do jogo, também resumiria o adversário portista desmerecendo de mais linhas de análise e arrefecendo o entusiasmo de quem vê nesta a equipa-sensação do campeonato.