08 janeiro 2013

Como diria Ronaldo: nem Messi agrada a toda a gente

Messi, como era expectável, foi consagrado, sem rival, o Melhor do Mundo pelo quarto ano consecutivo. Apesar da parolice tuga e os pés de microfone seduzidos a não anteciparem a não vitória de Cristiano Ronaldo enquanto, como enviados do espaço siderado da república saloia que foi possível ouvir na tv, não davam conta das razões estapafúrdias de Mourinho recusar-se a viajar para ficar com a equipa quando tinha meia equipa na gala de Zurique nem de outra ausência notada de Jorge Mendes a pass(e)ar Quaresma no Dubai, Messi obteve praticamente metade dos votos (41,6%). Para quem alimentava dúvidas, como os pasquins online da parvalheira que desconhece o que é o Mundo, não há dúvida que Cristiano Ronaldo ficou longe (23,7%).

É claro que há sempre duas perspectivas de ver a coisa: a primeira e a segunda. Aliás, por falar em verde, a demissão do Franky, coitado que nunca lhe chamaram assim, servirá aos pasquins para amenizar a derrota de Ronaldo.
 
Dispenso-me de ouvir as catalinárias televisivas da ocasião, apanhei os foguetes do almoço com os repórteres de pista nas bacoquices costumeiras e nenhuma informação relevante nem sabida nem conseguida ler da Imprensa verdadeiramente especializada do estrangeiro, até porque, do pouco ouvido, cansei de saber que "o voto é secreto". Pois...
 
Agora que o voto fala, é curioso notar várias tendências com a divulgação pela FIFA da relação de votantes, de onde e em quem.
 
NEM UM NEM OUTRO - Pois há gente que não votou nem Messi nem Cristiano Ronaldo, o que deve ser enaltecido juntamente com os maiores broncos da actualidade. Eu, pessoalmente, tenho dúvidas neste tipo de votação, não como Mourinho que desgosta de tudo o que não se reveja e vote nele, porque não imagino que jogos verão os tipos da Eritreia, Nova Caledónia, Ilhas Virgens sejam britânicas ou americanas, Samoa Americana ou só Samoa (independente). Nem imagino sequer a razão de Angola, por exemplo, não ter votado, a não ser que seleccionador e capitão, que não sei quem são, tenham sofrido da síndroma de "falta de tempo" de Ronaldo. Já o jornalista angolano votou, sim senhor.
 
Pois é, descobri 10 países que não votaram nem em Messi nem em Cristiano, o que fica catalogado nas bizarrias anacrónicas do mundo moderno, até porque falo na votação dos capitães, imagino a sério jogadores de campo e que deviam reconhecer alguma coisa disto e dos seus colegas do mundo hoje visível e planetário do futebol. Que Aruba, Cambodja, Paquistão e Emirados Árabes Unidos desprezem os dois jogadores da moda, difícil de conceber mas, enfim; agora, que Áustria, Chipre, Lituânia e até o guarda-redes da França, Hugo Lloris, não veja Messi e CR7 entre os três melhores podendo vê-los diariamente na televisão é algo surreal, mas, enfim, também... Foram 10 capitães a fazer este "número" que é um número pouco relevante mas, enfim, é o que é. Já agora, o sérvio Branislav Ivanovic, do Chelsea, não desprezou Messi (3º) e CR7 (1º), mas conseguiu pôr Drogba atrás de CR7, esquecendo dos golos de quem fez do Chelsea campeão europeu, se é que Ivanovic deu conta disso, mas, enfim, a gente habitua-se, primeiro estranha-se, depois entranha-se...
 
ONDE RONALDO GOLEIA MESSI - Agora, ainda no tocante aos jogadores/capitães, pois 43 conseguiram não votar em CR7. Já é um número relevante. Quase 25% dos "eleitores". Se nos lembrarmos que CR7 recebeu menos do que isso (23,7%) do total de votos...
 
Sete (7) países não votaram em Messi, entre eles Portugal (Bruno Alves gosta muito de van Persie, nem sei porque não votou em Hulk, tendo votado em Falcao). Da Europa, só a Turquia, o que indica o nível. Samoa (independente), Tailândia e os africanos da Namíbia, Eritreia e Moçambique rejeitaram Messi por completo. Não estão como ele na História do futebol, mas também não sei se na Eritreia vêem futebol sendo literalmente um país virado para Meca.
 
Para a História fica as Comores: um pequeno arquipélago no Índico, ao largo da costa africana, conseguiu, pelo seu capitão e pelo seleccionador, não votar nem em Messi nem em CR7. Lá está, a tv de lá apanha mal da bola. As tv de cá também só apanham os jogos do Real Madrid e babam-se pelos golos de CR7. A SIC, que até dá em geral os golos do Barça e de Messi ganhando à concorrência de goleada, ao almoço recapitulava a história da Bola de Ouro e dizia, por falta de melhor informação, que CR7 ganhara a Messi em 2008, quando a verdade é que CR7, que até falhou o penálti de Moscovo que podia ter dado a vitória ao Chelsea (não fosse Terry escorregar e falhar o seu) enquanto Ronaldo chorava como é costume, ganhou porque Messi se lesionou e foi a oportunidade de o M. United ter eliminado (com um golo estrondoso de Scholes em casa, depois de Ronaldo ter falhado um penálti já em Camp Nou, algo que a imberbe Imprensa tiga já esqueceu se é que há alguma memória, consulta e saber de experiência feito por aí) o Barcelona ma semifinal da Champions.
 
Mas não só. No capítulo dos seleccionadores, pois Camacho (pela China) já tinha dito que votara em espanhóis, o que é aceitável e porque tem por onde escolher. Del Bosque, o Treinador do ano, seguiu o caminho óbvio. Já Low, da Alemanha, fica a par do seleccionador do... Sudão do Sul, o mais novo país do mundo que, como o alemão, conseguiu não votar nem em Messi nem em CR7, no total de 7 abencerragens responsáveis por selecções de futebol. Enfim... Low fica mesmo mal, até Paulo Bento conseguiu votar em Messi, mesmo que depois de Falcao e CR7.
 
Mas não há dúvida que Messi é o preferido dos treinadores. Embora outros três não tenham votado nele: San Marino (ciao!), Suécia (uau!) e Turks and Caicos, ããã, ok...
 
JOGADOR DOS TREINADORES - Agora, depois de 43 capitães de equipa terem votado em Messi mas não em CR7, há ainda 36 seleccionadores que fizeram o mesmo. É verdade, podem contar como eu fiz pela lista do link acima. E, pior, há países que fazem parte de uma cabala e que a Imprensa tuga parola pode riscar do mapa: pois náo é que nem capitão nem seleccionador votaram em Ronaldo? Por exemplo, a Macedónia de Pandev e de Janevski (o treinador), a Arábia Saudita (onde está Rijkaard a seleccionador), a Coreia do Norte, esse regime tão querido do PCP bem como a Venezuela, sim, Cristiano Ronaldo pode invocar a solidariedade de Alberto João Jardim e pedir aos emigrantes madeirenses que retirem da pátria de Chavez onde a ditadura, de resto, está para eternizar-se, mesmo que Chavez morra em Cuba...
 
Não só: a Zâmbia, a Palestina, o Sri Lanka, a Bélgica, senhores, a Bélgica onde nem Kompany nem Wilmots (sucessor de Vercauteren nos Diables Rouches) votaram em CR7!
 
Ao contrário de Messi, há muitos países repetentes que, entre capitães e seleccionadores, não votaram em Cristiano Ronaldo. Isto pode não ser sequer percepcionado pelos basbaques tugas, jornaleiros, paineleiros ou não, mas revela uma tendência.
 
Não ligo à votação dos jornalistas, que completam o molho, porque são como são, basta ver os de cá. Esses, mais ou menos encartados, vão dando uns palpites sobre a razão de Messi ser preferido, supostamente para além do mérito que muitos, de resto, não lhe reconhecem, mesmo ao fim de quatro anos de reinado absoluto. Aliás, já Iniesta, Melhor Jogador Europeu de 2012 para a UEFA, antecipa que Messi será coroado de novo para o ano.. Desconfio que vai apresentar gravata, tendo alternado sempre com laço...
 
Que diria dos jornalistas? Nada, claro, até porque casualmente passei de raspão nas tv's da Parvalheira e ouvi um idiota útil falar qualquer coisa de ser simpático e mais não sei quê, não sei se o parolo é das revistas cor-de-rosa ou da moda que avalia o "terno"mosqueado de Messi na gala.
 
Será mérito? Sérá melhor? Será dos títulos? Será dos golos? Srá do Guaraná? Bom, tudo somado, cerca de 100 pessoas não votaram em Cristiano Ronaldo: 10+7+43+36. Messi não captou votos em 7+3+10+7=27 ocasiões.
 
Ah, será da simpatia? Isso reforça a ideia de Ronaldo ser antipático e de um gabinete de comunicação e imagem não o ajudar como deve ser. Outro olhar atento às votações revela que Ronaldo acaba mais perto de Messi nos votos dos jornalistas (8,8% contra 13,6%). Porque quanto a treinadores (14,8% vs. 7,7%) e capitães (13,3% vs. 7,2%) Messi tem mais distâncias.
 
NOUJINHO SEMPRE RIDÍCULO - Algo deve haver neste molho de bróculos que envolve quase 200 votantes/países e não pode ser influenciado, como terá afirmado o ridículo Noujinho, por manobras de bastidores. Mourinho inventou há tempos a influência da UNICEF para o Barça ser beneficiado na Europa. Patético, agora acusa Villar, da RFEF, de conduzir votos de meio mundo, sendo que quase meio mundo votou em Messi e não em Iniesta. Obviamente.
 
De uma coisa Mourinho, esse tuga da modernidade da pedra, ridículo até ao tutano e paspalho que faz algumas manchetes pelos dislates e parvoíces várias que se atendem a uma vedeta, tem um trunfo: a simpatia dos capitães rendeu-lhe mais votos (8,8%) do que a del Bosque (8,4%). Mesmo que lhe tenha valido a bofetada de luva blanca de Casillas!
 
Poderia pensar-se, de resto, que Mourinho estaria nas palmas dos jornalistas, mas não há dúvida que a sua falta de classe e a ausência de cavalheirismo em oposição à brutalidade da sua estupidez lhe granjearam antipatias: entre a Imprensa, 2% dos votos (5,9% para del Bosque); quanto aos seleccionadores, sabendo-se de muitas picardias com treinadores, ficou-se pela metade das preferências (6% vs. 12%). Mesmo assim, Mourinho (20,5%) ficou mais perto do vencedor del Bosque (34,5%) do que Ronaldo de Messi. O que é notável, até pela noção de antagonismo que o protagonismo de ambos poderia justificar.
 
Pelo que se vê: Ronaldo 23,7%; Mourinho 20,5%, o título do Real Madrid teve pouca influência na votação. Os títulos não fazem prémios. É claro que ouvir um paspalho como Miguel Sousa Tavares, para quem como eu prefere a SIC nos noticiários, é do género de valorizar o título do Real Madrid face à Espanha campeã europeia-mundial-e europeia outra vez. Mas como Portugal se distingue, muito, pela bacoquice, a Informação é dada aos paspalhos que nela se revêem e daí não saem...
 
Eu contnuo a ver méritos e tendências incontornáveis, independentemente dos títulos, no caso de Messi, ou por razão da preponderância, no caso da Espanha que se baseia nos jogadores, e acima de tudo, no modelo de jogo do Barcelona, que ainda teve Guardiola no pódio tendo feito, como resmungou Mourinho, meia época. De novo, tal como no pós-Euro'2012, é o Barça que sai vencedor.
 
O Real Madrid, sim, esteve lá o presidente Florentino a apoiar Ronaldo, tal como Casillas, Sérgio Ramos, Xabi Alonso e até Marcelo, o lateral que era suposto ver a titularidade disputada por um patêgo tuga que Mourinho achou que valia a pena pôr no Real Madrid. Mourinho, esse, ficou com a equipa, sendo que os titulares estavam em Zurique.
 
Para remate de faena, os tugas saíram bandarilhados, com muito pesar das tv's da Parvalheira que, à imagem dos seus Artures Baptistas da Silva, têm o que merecem. O pior é que não vão dar minimamente conta disto e de como o mundo gira e a bola pincha, algo que muitos não sabem porquê.