21 junho 2012

Meia hora do mesmo e o resto dos jogadores

Após o período sem futebol costumeiro, desta vez por meia hora a ver jogar até trocar-se o "ler o jornal" pelo "dar corda ao relógio/sapatos", naquele período sabático em honra do treinador, os jogadores desataram a jogar e chegam, naturalmente, às meias-finais do Europeu.

Se é crónico, até num jogo de vendaval ofensivo frente ao opositor que, ao contrário da Holanda partida a meio, quis encostar-se às cordas e jogar do fundo do court, a malta da rádio e televisão falar em sofrimento, a lesão acidental de Postiga deu mais uma ajuda ao treinador da treta e parece, por vias travessas e depois de falhar a insistência pateta no "rookie" Oliveira, que também já temos um avançado-centro de jeito. Quando Portugal começou a pegar no jogo para não mais o largar, Hugo Almeida entrou (40') e deixamos de ter o entretém lá  da frente que, à moda de antigamente, se diz em "missão de sacrifício" e "em trabalho para a equipa" a abrir espaços que normalmente nunca surgiam graças a Postiga, só se perdia fluidez na frente e a paciência também.

O resto, é Pepe atrás, Moutinho no meio e, além dos rasgos (rasgões!) de Coentrão fulminente quando sobe, Nani desequilibrador. Desequilibrador? Nato, pois diversificando as atenções dos opositores, carrilando até mais jogo pela direita do que pela esquerda, é Nani o isco para do outro lado se soltar Cristiano. Nani deu-lhe a vitória com a Holanda e começou a construir, entre muitas outras jogadas, o lance que garantiu as meias-finais.

Cristiano leva a fama e a sua velocidade de ponta para o campo, mas a manobra de diversão é insistir em Nani até o opositor perder o equilíbrio, os médios chegarem à frente (Moutinho e Meireles remataram mais neste jogo do que nos três anteriores) como ainda mal se vira (fora a permissividade holandesa e o seu suicídio táctico que tão bem lhes fica a matar...). Com Hugo Almeida presente em dois cabeceamentos, um que "devia ter dado golo" a abrir a 2ª parte, outro factor de perturbação encurralou mais os checos que foram perdendo o fòlego depois do empertigamento inicial ao qual faltou a mestria de passe de Rosicky. E, assim, em mais uma jogada pela direita tal como é estratégico - mas fácil de antever desde o início como aqui o disse e já notara essa falta antes do Mundial-2010 - e tem dado quase todos os golos neste Europeu, Hugo Almeida atraiu ao primeiro poste e Cristiano antecipou-se ao seu marcador posicional para cabecear sem falhas.

O tira-teimas com a Espanha, de preferência, será crucial para se avaliar se tudo isto é natural apesar do treinador da treta ou se o fado cede ao salero. Mas só sábado se saberá se vem um dos grandes favoritos ou a França que não se assume lá muito bem.

Hoje toca à Alemanha contra Fernando Santos e domingo a Inglaterra frente à Itália. Ser 2º do grupo B deu um jeito do caraças e se calhar a derrota inicial também estava "estudada" até para fazer o papel de coitadinhos que os jogadores, claramente, não mereciam...

1 comentário:

  1. Zé Luis, boa tarde
    Muito boa a análise.
    Como sempre.
    E como sempre também, da minha parte, não perco a "postada" diária que aqui acontece.
    Caramba, Homem !!
    Eu, não tenho tempo para acompanhar este ritmo. se calhar por essa razão os comentários serão poucos, o que lhe poderá causar alguma estranheza.
    Mas a certeza estrá consigo: Escrita séria, assertiva, e sem "palas" nos lohos e por consequência nas mãos !!
    Os meus sinceros cumprimentos
    Muita saúde

    Luis Correia
    (Coimbra)

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