13 fevereiro 2012

Vai aquecendo aos solavancos como era esperado

Uma goleada natural (4-0) ao último classificado não deve merecer por si só muitos encómios e normalmente nem o faço e dedico-me a pensar outras situações além das incidências do jogo. Consumada a limpeza de balneário e o PREC no Dragão para preparar a próxima temporada, a chegada tardia de reforços na oportunidade de Janeiro ditaria, forçosamente, alterações na equipa e as necessárias adaptações e entendimentos para tudo carburar em pleno com os novos integrados.
Por isso o 0-0 pouco estimulante da 1ª parte ontem, com um par de ocasiões desperdiçadas pelo meco austríaco e que repetiu o indesejado bis no arranque da 2ª parte. Janko marcaria de forma fácil servido a preceito por James. Antes de incidir nas opções tácticas, lembro apenas que Kléber começou a marcar na Champions a passe fatal de James dando a vitória sobre o Shakhtar e ficou longe de me entusiasmar mesmo após dois golos aos leirienses na 1ª volta. Janko também não foi servido nas alturas, apesar de mais de uma dezena de cantos, sendo certo que a maioria dos cruzamentos continua a não sair bem como se todos tivessem desaprendido de fazê-lo, pelo fantasma sempre presente de Falcao que demorou a desaparecer.
Quem marcou de cabeça foi Maicon (4-0), que de excelente defesa-direito adaptado levou para o eixo da defesa a calma e sobriedade conquistadas a pulso na lateral, atirando também Otamendi em definitivo para o banco. Com Rolando castigado, Mangala voltou a rodar. Caberá a Álvaro, com 5º amarelo, limpar a folha no Bonfim, mas ao menos não terá esforço a dobrar entre os jogos europeus com o City, com quem vamos jogar na 4ª feira seguinte a um jogo ao domingo que em condições normais é antecipado para sábado...
James assistiu Janko no 1-0 e fez o 2-0 de recarga, pelo que mudou o jogo já alterado pela expulsão de um benfiquista estudioso da cacetada treinada na Luz. A cacetada de Shaffer, com os pitons nos "gémeos" de Moutinho, seria tida pelo lateral-esquerdo emprestado ao Leiria como uma formalidade. Afinal, o argentino viu tantos ex-colegas fazerem disso a jogadores do FC Porto, na Supertaça do ano passado (João Ferreira em Aveiro perdoou cinco expulsões aos vermelhos), em jogos do campeonato com pontapés até com o jogo parado (Duarte Gomes na noite do apagão) e na Taça de Portugal (Xistra, para não variar falarmos do esterco da arbitragem tuga). Normalmente, o animal Garcia dava as patadas e as cornadas, pelo que pareceu natural a atitude de Shaffer em Moutinho, um árbitro-auxiliar (presumo) é que deu a indicação certa ao árbitro que não tergiversou face à gravidade da incidência.
Uma expulsão inatacável que remeteu os leirienses (estava 0-0 com menos de 30' para jogar) para uma defesa mais porfiada. A inserção de James à entrada da área, descaído para a esquerda, foi ditada pela importância de ganhar a segunda bola, já que a primeira ou não entrava ou Janko falhava a emenda, ali na zona crítica de pressão ofensiva. Apesar de a opção de Vítor Pereira suscitar, legitimamente, a ira de uns tantos que exigem a titularidade do Bandido, a verdade é que o técnico não abdica do 4x3x3 que levou Varela à titularidade ainda que num jogo pouco conseguido.
A entrada de Lucho, sempre na sua classe soberba sem ser soberbo nem regatear esforços pelo colectivo, antevi como a forma de castrar James do onze e aí está! Lucho até se entende muito bem com quem jogue à bola de forma cerebral como ele, pelo que viu-se mais atreito a tabelar com Hulk, e este a corresponder, do que outra coisa na 1ª parte. E também deu-se bem com James, só que aqui parece esbarrar a opção táctica do treinador. Poderão chamar-lhe teimosia e rigidez táctica, com alguma razão, mas VP não parece abdicar das suas ideias e com o tal meco na área há que ter bombardeamento constante das faixas. As incisivas penetrações de Danilo ajudam à missa, mas as imprecisões de Álvaro estragam muito jogo na hora de cruzar, ele que quis marcar isolado ante um esloveno também emprestado pelo Benfica e que brilhou como guarda-redes típico de andebol em que são bons naquelas paragens, acabando o Palito por marcar numa oferta de Djalma.
Vai, portanto, aquecendo a máquina com alguns solavancos, gostei do regresso (e pareceu-me com outra serenidade) de Hulk, muito objectivo e sempre veloz aceitando ser extremo até sair (Djalma também voltou, da CAN, e rendeu-o, assistindo Álvaro no 3-0) a rodagem poderia/deveria ter sido feita em todo o Janeiro e a esta hora traria dados mais definitivos, agora ficamos com jogos com as piores equipas da Liga (visita ao Setúbal que nos visitou na semana passada) que me merecem reservas na hora de opiniões mais definitivas.
E como tudo isto foi feito tarde e em cima do joelho, temos a eliminatória europeia com o M. City que continuo a ver muito forte e nós sem... o ponta-de-lança, porque escolheram um impedido.
Todas estas opções têm custos desportivos imediatos, mesmo para uma equipa que passou metade da época a apontar-se-lhe ser igual à da época passada só sem Falcao para descobrirmos que temos agora metade do plantel renovado, feita a limpeza de balneário que também entendi e antecipei há um mês.
Com esta é que não contávamos e não sei ainda muito bem com o que contar daqui para a frente, quando as coisas aquecerem em definitivo porventura com o nosso motor ainda frio e um pisca-pisca ainda a indicar alerta e manobras potencialmente perigosas. Mas é o que há.

Cajuda tens em Leiria, Manel? - Gosto muito de Manuel Cajuda, acho-o competente e sério, muito sabedor e experiente e digno de ter melhor do que está a passar. Mas não sei a razão de, repentinamente, meter Oblak na baliza e Shaffer na defesa. Embora este tenha jogado no início da época, também reaparece na equipa após o jogo com o Benfica, tal como o g.r. esloveno. Volta e meia fala-se de equipas B encapotadas, mas nem se fala agora em capotes nem carapuças, mesmo depois de o Benfica ter contratado Djaniny antes de ir a Leiria. Continuo a achar que Cajuda não tem culpa e não merece isto.

1 comentário:

  1. Mais um penaltie por marcar a favor do FCP esta epoca...começam a ser muitos!
    Gostava que fizessem uma análise ás estatisticas dos Jogos do FCP e do 5lb e depois comparem para verificarem que as equipas contra o FC Porto trazem os camioes , os autocarros etc..enquanto lá para baixo jogam sempre taco a taco.
    Ou os treinadores são burros ou então o Jesus é um iluminado.
    O discurso convence os seus e a imprensa, nós nunca jogamos uma beata mas fazemos mais ataques, mais remates mais cantos etc....
    Já agora , continuamos a marcar golos sem a necessidade de carambolas, autogolos ou penalties caídos do céu..!
    Uns têm os cinco magnificos, outros têm Hulk ,Danilo, Lucho, Moutinho, James e Fernando ..ou seja SEIS!

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