20 janeiro 2012

Domingos (ressabiado) a três dimensões (III)

Não sei se irá cumprir-se a profecia de Oliveira, de Domingos um dia chegar a treinador do FC Porto. Pode ser. Para já, palpável, ficou a quantificação do ex-treinador (e maior accionista individual, mas que não risca nada nem quer a nível societário) sobre os "6 milhões de benfiquistas", uma boutade que vale o que vale mas ganha raízes em mentalidades fracas e contabilisticamente por apurar. Oliveira, que se formou em Direito a entrar na velhice, apanhou uma boca que ficou no ar e vende-a pelo preço que comprou aos pategos que se beliscam com isso.
Domingos veio agora falar dos adeptos do Sporting: "Três ou quatro milhões", disse.
Não sei se haverá alguém para recebê-lo se um dia chegar ao Dragão. Ou, quando isso suceder, a taxa de natalidade e alguma imigração seduzida pelas conquistas recentes do FC Porto melhorarão a quota de adeptos portistas substancialmente em baixo. Mas estas boutades cada qual toma, como a presunção, as que quer.
Domingos perceberá que estar em Lisboa não equivale a dizer tudo, mesmo para o mercado local de saloiices e provincianismos. Na capital do desperdício, da chularia geral para o País em vez de chancelaria que nunca funcionou nesta ou noutra República ou Monarquia instalada pela rribação de Afonso Henriques, há coisas a que já se dão desconto e outras que são manipuladas e alvo da mais sacana propaganda. Até involuntariamente. Ou para salvar a pele. E o tacho. O JN de hoje explica o tal "efeito difusor" de concentrar dinheiro na capital do Império tão falido quanto o do Sporting e a Alvaláxia dos azulejos coloridos e corredores floridos nos balneários. Presumindo que, mesmo custeando esse dinheiro comunitário e de todo o tuga, leonino ou não, a instalação de um gabinete no Campo Grande é o suficiente para tornar grande o chuveiro de forma a cobrir o imenso Portugal e o Portugalório insano. Basta mesmo que chegue a Lisboa qualquer arrivista nortenho e o País rejubilará com a sincronia de uma manifestação fúnebre norte-coreada por um qualquer Querido Líder - e lá tivemos o só cretino da história recente.
No FC Porto, se um dia voltar como treinador, Domingos será lembrado disso, se alguém não lho disse já, dos muitos amigos que tem no Porto e decerto em Braga e no Norte, provavelmente nenhum em Lisboa, nem dos amigos dos jornais que incensaram a equipa bebé hoje desconsolada e órfã.

1 comentário:

  1. É como eu digo... não há nada mais chocante que ver um tripeiro renegar as suas raízes e lamber todos os cús da capital...
    Domingos é mais um que em três meses já diz que os vomveiros vevem vinho...
    Puta madre!

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