26 dezembro 2011

SportTV nos hospitais públicos


Os hospitais públicos terão, em breve, SportTV de borla, ou à borla como dizem em Lisboa. Pelo que entendi ouvindo Joaquim Oliveira, magnata dos direitos televisivos do futebol, o dono das empresas de média mais influente em Portugal - apesar do Espesso com o peso institucional de quem ali tem tribuna para escrever à vontade, e de o Público ser considerado, pelo Vara "do amigo Joaquim" (precisamente), o "jornal que influencia o alinhamento dos telejornais" - adoeceu, foi tratado num hospital público e, agradecido pelo tratamento e seguramente reabilitado na sua saúde, decidiu uma oferta magnânima: bola para todos os doentes. Pode, de facto, não curar, até pode, inclusive, piorar certas doenças, mas dá mesmo para "distracção", segundo o ministro Paulo Macedo.
Uma iniciativa destas devia ser louvada. Mesmo a reboque de uma cura, Joaquim Oliveira sentiu-se de tal forma grato pelo serviço prestado e seguramente em forma, que oferece SportTV nos hospitais públicos. Acho muito bem e mostra o nível das pessoas. De resto, SportTV nos hospitais públicos gratuitamente é um luxo e valerá uns bons milhares, sabendo nós que a mensalidade do serviço pago é cara, até bem cara. Pode dar mais futebol que outro serviço semelhante noutra qualquer parte do mundo, porque nos dá todo o futebol e nem quero fazer publicidade que aqui tudo é gratuito, mas não deixa de ser caro uns 30 euros mensais para a bola na sala.

É uma medida positiva, vindo de um empresário, de um privado. Curiosamente, passou-me ao lado, vi apenas de relance essa notícia numa estação que nem sei qual foi e não apanhei nada nos jornais, mesmo os jornais do grupo Controlinveste, ainda que mal os tenha consultado e nenhum destaque evidente me levou a ler sobre o assunto.

Agora, remeta-se para os comentários de leitores, no caso do DN, e veja-se o tom e a tónica, completamente deslocada, da prosápia vigente. Há de facto muita gente doente. E não, não acho que seja da crise. Gente da que gosta de bola e da que não gosta de bola. Por isso as discussões de bola são como são. Vazias e com remates ao lado.

1 comentário:

  1. Também achei muito bem. (Não sei é como vai funcionar isso: doentes depressivos também vão poder assistir aos jogos? nos dias de jogos os enfermeiros não fazem urgências?... tem também uma vantagem, se de facto for o ópio do povo, já não vai ser necessário gastar mais tempo na discussão da liberalização das drogas...)
    Voltando à terra, é uma boa iniciativa. Independentemente das razões: só de coração, ou de coração e razão.

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