06 outubro 2011

Partantos, re... capitulando (II)

Juntando ideias soltas como nos comentários ao balanço de 7 jornadas feito aí em baixo, e escritos por aí mas que não são por aí além, tento sumariar a "crise" do FC Porto na cabecinha tonta dos totós desvairados ao mais pequeno desvio de rota que afaste do zénite, desconfiando essas cabeças ocas, para mais, de quem sempre soube usar, ou fê-lo mesmo muito melhor muitas mais vezes, a bússola para se orientar no caminho do sucesso. Vai isto de encontro ao que se acha, pelos tudólogos, sobre tácticas, estratégias, modelos de jogo, nada escrito em lado algum a não ser ratificado pelo sacrossanto resultado: se resulta, está bem; se não resulta está mal. É o resultadismo, deficiência crónica ou efeito automático que Pavlov experimentou com cães, siberianos ou não é pouco importante, no chamado reflexo condicionado. Como a admiração é parente directo da ignorância, daí vem o achismo conquanto se materialize no tal resultado: se é "match", pois está o "point of vue" feito.

O FC Porto, reduzido a 10, perdeu na Rússia. A discussão não se centrou sobre se devia jogar à defesa porfiada, pelo menos para manter o empate na 2ª parte, mas quem deveria ser o lateral-direito com a expulsão de Fucile, não estando Sapunaru (lesionado) no banco. As luminárias perceberam que, desviado Fernando de trinco para lateral, mexiasse em duas posições. Contraproducente, claro, pois se fosse apenas numa o resultado seria melhor, especulando-se, restava saber qual a outra opção de banco para ocupar a faixa. As luminárias sugeriram Otamendi, agora não interessa porquê porque obrigaria a outras considerações de terceiros que não vêm ao caso. Ora, Otamendi à direita provavelmente renderia o mesmo que Fernando e entraria um central, sugeriam Maicon, para o lugar de Otamendi no eixo ao lado de Rolando. Compreenderam, não é preciso fazer desenho e já nem quero fazer rabiscos com a presença de Guarín em Coimbra para mais mexidas no miolo, sendo que Guarín estava castigado e não podia jogar na Rússia.

Se calhar Maicon, não interessa agora a valoração de que goza no universo portista, faria melhor a central do que Otamendi, que é o titular e Maicon precisamente o suplente, na posição de origem: central de marcação. Partantos, a sugestão ia dar ao mesmo, tirar um jogador da sua posição para suprir a expulsão do lateral e meter um jogador dessa posição. É bestial. Talqualmente com o Fernando e o Souza, até Odorico Paraguaçu perceberia a analogia. Mas dizem isto com a seriedade com que socialistas, e a cáfila só cretina relegada para a Oposição blá, blá, blá, falam da dívida da Madeira e o marquês de Sade da pedolifia na Igreja se tal lhe sugerisse ao tempo...

Não, este não é o círculo vicioso, é a quadratura do dito.

Não podiam resumir e, para baterem no Vítor Pereira com o reforço de uma tonta sodagem de opinião à populaça ignara que se baba de responder consabida e sabiamente, dizer que é melhor destacar Domingos? Sim, o portista que se especula poder ter sido treinador no Dragão se AVB tivesse saído mais cedo para o Chelsea e antes de o mesmo Domingos se ter comprometido com o Sporting... Pois com 10, o Sporting ganhou dois jogos. Hurra!

Com a Lazio foi um milagre, daqueles milagres típicos do futebol, mas tantas loas e tudo devido ao sacrifício, ao sofrimento, parece que também à coragem, só epítetos e dos maiores que se não é digno do benfas é próprio de um dos clubes do regime favorito da Imprensa capitolina. Mas, enfim, na Liga Europa, com 10, o FC Porto há um ano ganhou ao Besiktas e na Turquia, passando até de 1-0 a 3-0 para ficar 3-1 final. Foi, então, com classe, em vez de sofrimento, e com golos, em vez de golos falhados pelo adversário. Repetida a proeza em Guimarães, onde todos os visitantes ganharam antes, agora só falta o Sporting qualificar-se para ser o primeiro clube a ganhar na Champions um jogo com 10...

O FC Porto devia ter porfiado na defesa, pelo 1-1 ao intervalo, em vez de manter aberta a via atacante?

O resultadismo diz que não ou pelo contrário. Defender, defender e quanto mais estóico e fortuito melhor que dá mais pica às capas dos pasquins. Afinal, quando o ferrolho Trofense empatou no Dragão, não foi Tulipa a dizer que até o FC Porto defende quando joga na Champions?... É claro que quando o Olhanense defender em Alvalade o 1-1 é tratado abaixo de cão porque não privilegia o espectáculo e esquece a baliza contrária depois do primeiro e único tiro certeiro. Mas o espectáculo do resultadismo é quando se ganha. E aí até se esquece as asneiras do próprio guarda-redes, mas isso era só coisa do Queirós escolher os seus na selecção quando os suplentes no seu clube não tinham a condescendência dos suplentes de certos clubes na actual selecção.

Não se tinha sequer fechado o dossié transcendental com Jesus e pode abrir-se uma nova frente de batalha axiomática com Domingos. É o Porto contra Lisboa, claro, mas ninguém dá por isso...

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