08 maio 2011

Campeão em celebração e outros em decomposição sem ressurreição

O FC Porto foi à Luz carimbar com a vitória necessária o título de campeão - uma.

O FC Porto foi à Luz carimbar com os golos indispensáveis a passagem à final do Jamor - duas

O FC Porto fez um percurso notável na Liga Europa sem precisar de repescagens da Champions e se perdeu dois jogos foi por nem fazerem diferença ou beliscarem sequer o seu apuramento para a final de Dublin - três


A Páscoa acabou de cumprir-se em plenitude e o Gólgota do futebol português lá tem exibidas as crucificações de 3 e 20 de Abril e a de 5 de Maio.
Se atendermos aos delírios de há um ano, de quem garantia começar uma era hegemónica e até "ganhar a Champions dê por onde der", conjugados com os factos executados sem piedade esta época, não deve fazer sentido garantir que 2011-2012 tem reservado alguma coisa a fracassados.


Acho que fez bem A Bola atribuir essa garantia a Jesus. Dispensou, inclusive, a declaração de quem tem "a consciência de que vou ser campeão para o ano". Quem sai morto morrido desta época com o exclusivo da Taça da Treta, depois do que prometeu há um ano, leva o desdém que ressalta das capas. Não faltou, ainda, o sublinhado de atirar a continuidade para "o presidente acredita que comigo será campeão", isto depois de erros clamorosos da "estrutura" e barracas permanentes do treinador, a começar pela "infalibilidade" do guarda-redes 8,5ME.

No dia em que o FC Porto recebe o troféu de campeão nacional e a dois jogos de completar o campeonato sem derrotas, já com a Supertaça no bolso e duas finais em aberto para ganhar aos rivais do Minho, este tipo de declarações nem ganha substrato pela exposição mediática, fica para consumir-se com o bolor de papel amarelecido daqui a tempos. Muito menos tem substância atendendo ao mudar de rumo, completo, de uma época para a outra que só a inconsciência de alguém pouco racional lhe permite.


Já nem adianta falar de meios-percursos ou parêntesis na época, quando se ufanavam que (voltavam a) jogar o melhor futebol do mundo e arredores e, claro, ninguém os ia parar, só o Porto e o Braga.
Se houve falta de humildade agora repescada e risco de confiança "bazofeira" a extravasar os confins do Universo, creio estar lançada a certeza de o FC Porto ser campeão de novo e fazer nova grande época em 11-12.
O Benfica partira para esta época com sistema, modelo e jogadores em pujança, com todos os títulos dos jornais e fervores comunicacionais; favores de arbitragem em caceteiros impunes e penáltis de mergulho indecente ou mesmo fora da área; expediente confidencial selado pelo Bosta da Liga para afastar os rivais com túneis e quejandos. Sim, foi esmagador, enfim...


Cada jogo era um fim do mundo de coisas, muitas delas execráveis mas silenciadas pela Imprensa do regime, como fez este ano ainda.

No início deste ano, confiando até chegar à 26ª jornada com 5 pontos de atraso apenas para o "nosso rival que vai à frente", isto já depois de ter "ameaçado" como todos os outros iriam "ter medo" do Benfica mesmo na sequência de três derrotas nos quatro jogos iniciais e após a paulada tremenda da Supertaça a despeito da cacetada distribuída de Sapunaru a Varela pelo gang de serviço habitual, a correria insana do futebol do Benfica voltou ao mundo etéreo da ilusão desmedida.

É claro que a frustração só poderia ser a maior do mundo.

Da nota artística de fracos juízes e piores juízos à "morte artística" em Braga para o campeonato com jogadores já presos por arames, chegamos à morte agonística, num estertor que provoca, como agora, o maior delírio, com a mesma equipa, cada vez mais focada num só objectivo até todos lhe desaparecerem do radar exotérico, sem pernas nem ideias, por fim já sem sorte e, obviamente, acabada, derrotada, fracassada: morta.

Agora, feita a crucificação três vezes, sem alguém poder negar a evidência, é legítimo pensar que os 21 pontos (and counting...) de atraso serão alvo da tábua rasa de quem pensa deitar tudo para trás das costas e confiar apenas nos zero pontos com que todos partirão em 2011-12.

Será assim, de facto. Mas não em concreto.

Primeiro, nem têm a certeza de ir à Champions, há pré-eliminatórias a fazer... Mas seria bom que sim, para acabarem em 4º no grupo sem a muleta europeia a amparar um campeonato que será enfrentado sem a confiança de há um ano, a dinâmica de truques e labirintos da Liga apesar de se manterem privilégios em sentenças discrepantes ao arrepio de bom-senso e do Direito, nem jogadores alienados mentalmente.

Claramente, a equipa experiente mas a pesar-lhe a idade dos principais jogadores não vai poder reeditar, como não pôde esta época, o "jogar o dobro" nem manter a preferência da correria louca como se o mundo acabasse em Fevereiro. Talvez nem haja sequer Champions e dinheiro, sobrando dúvidas sobre em quem acertar para reforçar o plantel, obrigando a novo dispêndio de dinheiro no clube endividado até ao tutano, manter a chama da ilusão, algo que nenhuma equipa pode garantir.
Acho que o FC Porto começou hoje a ganhar o próximo campeonato.

Mas logo há ainda um outro capítulo da 29ª jornada antes do epílogo final desta morte agonística tão penosa por arrastar-se mais umas semanas a ver o grande rival triunfar sem mácula.

2 comentários:

  1. Eles são são os maiores e por onde passam não fica nada por deitar abaixo pois são tão grandes(gordos de tanta bazófia e auto-proclamação) que nem conseguem deixar de se encravar e entalar nas suas próprias palavras(promessas*).

    No extremo oposto está no Mística do Dragão um bom post sobre o que não prometemos mas conquistamos, ao contrários desses papagaios acéfalos vermelhos de crista esbranquiçada.

    Deixei nesse post do Mística um comentário sobre algo(*) que nunca vi ser rebatido por ninguém, e acho incrível que ainda ninguém o tenha feito de tão óbvio que é.
    A mentira sobre qual é o maior clube em Portugal.

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  2. Convenhamos contudo, que o discurso "deles" é sempre actual:
    Pró ano somos campeões!

    PS - os dragões começam de pequeninos a ser o pesadelo da vermelhice
    Sábado foram os juniores a ganhar-lhes em casa.
    Lembram-se do título que eles queriam o ano passado?

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