24 novembro 2010

Lisboa, Lisboa (III)

A Greve Geral, goste-se ou não dela, já começou ontem. Pessoalmente, acho que não faz sentido, agora, porque há muito devia ter sido assumida, sim, há mais de dois anos seguramente e não se teria feito orelhas moucas a avisos sérios do que estava para vir. Não questiono, porém, a sua legitimidade. E concordo com quem acha que é um direito, inalienável, mas não mais uma arma, a não ser para os que ainda manipulam informação crucial. Com a Greve na rua, os seus efeitos serão avaliados relativamente cedo, a começar pelos OCS e em concreto as tv's. Fulcro de uma sociedade livre e informada, a Imprensa, em geral, é um meio ideal para se avaliar do êxito ou insucesso de uma Greve Geral. Por exemplo, se há Greve Geral em França, em Itália, em Espanha, na Holanda raros são os jornais aqui que saem para a rua. Veremos como será no Portugal aparentemente livre, informado, participativo, que reivindica direitos mas desconhece deveres até para (os cidadãos) consigo próprios.
Eis um exemplo, de uma comunicação interna de um jornal, por sinal desportivo, a que cheguei depois de alertado por algo mal amanhado http://5dias.net/2010/11/22/greve-geral-e-as-pressoes-neo-fascistas-num-certo-jornal/ e que, deixando-me insatisfeito, me fez procurar a verdade onde tal era possível.
"Ponto prévio: antes de 25 de Abril de 1974, integrei o movimento oposicionista que lutava pelos direitos e liberdades em Portugal, entre os quais o direito à greve. Não recebo por isso lições de ninguém na defesa desse direito.

Dito isto e porque me garantem estar um recente comunicado do SJ sobre a greve geral relacionado com uma conversa que tive com os delegados sindicais de Record, quero reafirmar o que então lhes disse:

Nenhum jornalista de Record se deve sentir intimidado se o seu desejo for o de aderir à greve geral do próximo dia 24.
Em futura avaliação profissional, levada a cabo pela atual direção de Record, NÃO será tido em conta se o jornalista fez ou não fez greve nesse dia.

É um direito que a todos assiste o de NÃO comunicarem previamente a sua ausência do trabalho.

Feito este sublinhado, acrescento:

A direção e a chefia de redação assegurarão, em termos de produção editorial normal e seja com que páginas for, a saída do jornal no dia 25 – assim haja quem o pagine, quem o imprima, quem o distribua e quem o venda.

É também um direito de todos, podendo ser utilizado ou não, em função de um critério exclusivamente individual, o de informar previamente a sua adesão à greve geral, facilitando assim a planificação do jornal e o enquadramento dos outros jornalistas que não aderirem à greve.

Essa preocupação com os leitores – e apenas essa – e, consequentemente, com o futuro de Record, será tida em conta em futuras avaliações profissionais, bem como em termos de acesso ou de continuidade em postos de coordenação e de chefia.

Aproveito o oportunidade para convocar TODOS os jornalistas de Record que não adiram à greve geral para uma reunião de planificação a ter lugar na redação, pelas 12 horas de 24 de Novembro de 2010. A quem não comparecer até às 12 e 30, ou não justificar até essa hora o seu atraso ou a sua impossibilidade de comparência, será marcada falta, dispensando-se a sua colaboração nesse dia.

Finalmente, comunica-me a Administração que, dada a previsível dificuldade de utilização dos transportes coletivos no dia 24, ficam autorizadas nesse dia as despesas extraordinárias com táxis ou o pagamento de quilómetros aos trabalhadores que, comprovadamente, não tenham por prática utilizar viatura própria na deslocação para o local de trabalho.

Obrigado
AP
(Este AP é Alexandre Pais, o resto interpretem como quiserem, mas creio dizer bem da besta descabelada, apesar de apelidado de "Shreck", que escreve do mesmo no pasquim que afundou)
Elucidados? Bem, podem ficar a saber que, menos de dois anos depois do primeiro despedimento colectivo no jornal que já foi líder de vendas (acima de 100 mil diários e sem reflexos de o FC Porto ser Pentacampeão, nem sequer do "Off-the-record" de 1996), preparam-se para mandar embora mais 12/15 pessoas, entre jornalistas e pessoal de outros sectores.
Este é só um slogan de um blog de esquerda, rapinado da forma explícita que se vê. De resto, será em Lisboa que o centro de "poder" grevista se sentirá, até pela difusão informativa nas tv's do regime.

É importante, no contexto sócio-económico actual, 'a crise', saber coisas de quem ganha, do que faz, dos futebóis, dos amigos do PS, da carneirada televisiva, do 'berbequim' que até se lembra ter sido o mentor dos "Donos da Bola".
Querem saber o que ganham as judites e os albertos carvalhos? quem são os fragosos e as paulas pinheiros? como estão pessoas na prateleira, alguma dourada, enquanto as instalações da RTP acolhem gente externa que faz serviços de produtoras contratadas? Querem saber o que dizem da RTPN, em Lisboa, e da secção "Futebol" que basicamente reside no Monte da Virgem à ordem do chamado "benfiquista de Paredes"?

Impressionante é o que se pode ler aqui http://www.aventar.eu/tag/rtp/.


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