23 novembro 2010

Lisboa, Lisboa (II)

(actualizado a 24/11/2010, 0.33h)
Ah, bom, parem as rotativas:
então o "Moutinho foi sempre um profissional fantástico"?
Lá na capital sitiada o estigma dos túneis assentou arraiais. Tal como o dos petardos e quejandos. Deve ser por isso que um alegado responsável pela segurança de Alvalade merece capa num pasquim lisbonense.
"O cenário de tirar desforra não vai acontecer, nem é possível. Ninguém lhe toca. Pode vir tranquilo”, disse ontem a Record Carlos Miguel, recordando que “a zona dos balneários está protegida pela PSP e por segurança privada”, logo, “não há qualquer hipótese” de Moutinho “ser agredido”, a não ser verbalmente", transcrito no Rascord de um tal Carlos Miguel que, subitamente, se tornou conhecido, como o outro de Benfica...

Depois dos três dedos a voar com um petardo nas próprias mãos, sem vislumbrar-se inquietação editorial de maior nas tv's e colunas de opinião, e do título sibilino da véspera de que preparavam recepção a João Moutinho, esta capa é um prelúdio para violência premeditada e escondida.
Era óbvio que o destino marca a hora e a visita do FC Porto a Alvalade ia dar nisto.
Mesmo que, também como foi óbvio, se tivesse feito um negócio a contento de todas as partes, do vendedor, do comprador e do jogador. Um negócio que mereceu bem as parangonas.

Agora, como era óbvio também, o Sporting anuncia um lucro de 10ME no primeiro trimestre da nova época. É estranho anunciar-se o balanço de um prazo tão curto. Mesmo as boas regras de transparência e comunicação ao mercado, na CMVM, preconizam um anúncio em cada semestre. E basta. Qual esperteza saloia, o Sporting vendeu dois dos seus melhores jogadores e aproveitou a primeira oportunidade para publicitar um lucro óbvio que pode nem ter repercussão no final do ano desportivo a 30 de Junho, com a redução de assistências a cair para números que, esses sim, devem ser dramatizados em Alvalade.
Isto depois de, consumado o negócio, responsáveis leoninos terem vindo a público falar de maçãs podres, logo à primeira oportunidade. É óbvio que, metido o dinheiro ao bolso e lançados os anátemas todos sobre o material vendido, como uma verdadeira maçã podre, o produto é de qualidade e até já valerá mais do que mostrou na triste época passada que, por fim, ditou a vontade do jogador em sair de um clube perdedor. Mas ficou o toque sonoro de atiçar os cães à primeira oportunidade. De novo, eis uma nova primeira oportunidade.
Não vão longe. E nem se sabe se ficaram mais ricos. Bem pelo contrário. http://www.maisfutebol.iol.pt/sporting/sporting-contas-bettencourt-maisfutebol/1211453-1457.html

2 comentários:

  1. para quem se arroga de "diferente", muito me surpreende (ou não...), que estes pretensos aristocratas manifestem tanta falta de carácter ao proporem-se "defender" Moutinho!
    Não foi um acto voluntário a venda? Então manda a dignidade propalada que clarifiquem posturas, e assumam a única posição expectável: Urbanidade.

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  2. victor sousa, a diferença deles é uma treta, são rascas do piorio.

    não esquecer que, mesmo sem terem vendido directamente ao FC Porto, ganhando uma pipa de massa ao vendê-lo ao Barcelona, os parolinhos de Alvalade fartaram-se de dizer mal e de assobiar o Quaresma quando lá foi jogar a 1ª vez pelo Porto. O pior é que Quaresma marcou um golo que deu o 1-1 no primeiro ano de Jesualdo.

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